Alberto Contador dá uma visão clara dos protestos caóticos da Vuelta em Madrid

Ciclismo
sábado, 20 setembro 2025 a 10:05
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Alberto Contador, lenda do ciclismo espanhol e tricampeão da Volta a Espanha, quebrou o silêncio sobre os protestos que levaram ao cancelamento da etapa final da edição de 2025 em Madrid. O ex-ciclista, atualmente comentador de televisão, admitiu que as cenas vividas na capital espanhola foram “difíceis de ver e de viver”.
As manifestações pró-Palestina, desencadeadas pela presença da equipa Israel - Premier Tech no pelotão, já vinham marcando a corrida com protestos diários. Em Madrid, a contestação atingiu um ponto crítico: bloqueios em grande escala impediram a entrada do pelotão no circuito final, obrigando a organização a neutralizar e, por fim, cancelar a etapa.
Durante a apresentação do seu Granfondo em Oliva, Contador refletiu sobre o equilíbrio entre o direito ao protesto e a preservação do evento desportivo. “Todos concordamos que o que está a acontecer na Palestina é terrível e é lógico que hajam manifestações. Mas também acredito que há muitas formas de o fazer e em certas alturas, foram ultrapassados alguns limites”, afirmou em declarações à MARCA.
Embora tenha elogiado a maioria das manifestações pacíficas. “Foi maravilhoso ver tantas pessoas com bandeiras palestinianas, famílias inteiras a manifestarem-se calmamente”. Contador considerou que a escalada em Madrid marcou um limite: “Não sei até que ponto foi a melhor forma de expressar o protesto”.

“Esforço enorme” para organizar uma Grande Volta

O diretor da Volta a Espanha, Javier Guillén, recordou que enquanto evento privado sob as regras da UCI, a corrida não tem autoridade para excluir uma equipa por razões políticas, ponto reforçado por Contador, que sublinhou o “enorme esforço” que envolve a organização de uma Grande Volta de três semanas.
Para o madrileno, o mais preocupante é o impacto social do episódio. “A parte triste é que isto está a levar a uma polarização que não beneficia ninguém”, lamentou, destacando a divisão que se acentuou em Espanha desde o tumultuoso final da prova.
As consequências já se fazem sentir no calendário: os organizadores de outras corridas espanholas, como O Gran Camiño, anunciaram que não convidarão a Israel - Premier Tech em 2026. Para Contador, que viveu a Volta a Espanha primeiro dentro do pelotão e agora atrás das câmeras de televisao, o episódio é um alerta de quão vulneráveis podem ser as grandes corridas quando se cruzam com tensões políticas e sociais.
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