Jonas Vingegaard reconheceu que o arranque da próxima
Volta a França, previsto para Barcelona, poderá estar em risco caso o conflito entre Israel e Gaza se prolongue, admitindo que os protestos que marcaram a recente Volta a Espanha de 2025 servem de aviso para o futuro.
De regresso à Dinamarca, o bicampeão da Volta a França e vencedor da última Vuelta foi questionado pelo Feltet sobre a possibilidade de o Tour enfrentar incidentes semelhantes. “Penso que se a guerra entre Israel e Gaza continuar, então sim, poderá tornar-se um problema. O tempo o dirá e depende das escolhas que a organização do Tour fizer depois do que vimos na Vuelta”, referiu.
A última semana da corrida espanhola ficou marcada por protestos pró-Palestina, que interromperam várias etapas e levaram ao cancelamento da derradeira jornada em Madrid. Vingegaard, que terminou no topo do pódio à frente de João Almeida e Tom Pidcock, não escondeu o impacto de um ambiente tenso: “Foi particularmente notório em Espanha. Em Itália ou em França não foi tão notório. Por isso, parece ser mais uma questão espanhola. Mas penso que a decisão deve ser deixada à UCI e à ASO.”, comentou, remetendo a responsabilidade para a federação internacional e para os organizadores do Tour.
“Vou correr onde quer que seja”
Apesar da incerteza, o líder da
Team Visma | Lease a Bike garantiu que os receios não alteram o seu calendário. “Vou estar na partida do Tour onde quer que seja. Quer seja em Barcelona ou noutro lugar qualquer. É assim que as coisas são”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de um regresso da Grand Départ à Dinamarca, país que acolheu com enorme sucesso o início da edição de 2022, Vingegaard reagiu com humor: “Sim, claro que seria óptimo se fosse na Dinamarca, mas duvido”.
Alex Pedersen, ex-diretor do Grande Prémio de Copenhaga, chegou a sugerir que a Dinamarca poderia servir de anfitriã alternativa caso o projeto de Barcelona falhe. Embora pouco provável, a capacidade logística do país está comprovada.
Depois de conquistar o seu terceiro título em Grandes Voltas em Madrid, Vingegaard mantém o foco nas questões desportivas e evita envolver-se em debates políticos. Ainda assim, a sua admissão de que Barcelona “pode tornar-se um problema” revela como os protestos deste ano abalaram o ciclismo e deixam desde já uma sombra de incerteza sobre o arranque da Volta a França de 2026.