Não é surpreendente Alberto Contador ser um grande fã de Tadej Pogacar. O espanhol foi um ciclista muito ofensivo e, logicamente, adora o estilo de corrida do esloveno, bem como a sua tentativa de vencer a Volta a Itália e a Volta a França no mesmo ano, algo que ninguém conseguiu desde Marco Pantani em 1998 - embora "El Pistolero" tenha tentado ao longo da sua carreira.
Assim, numa entrevista recente ao jornal AS, o atual analista do Eurosport comentou que acredita ser possível que Pogi ganhe a sua terceira camisola amarela este ano, mas que a chave será a condição física do grande rival Jonas Vingegaard.
"Não é fácil, mas vejo-o como viável. A peça fundamental nesta equação será ver como Vingegaard chega ao Tour. Se ele está na linha de partida, é porque se vê com uma hipótese de lutar, no mínimo, pela vitória. Talvez não com a garantia de outros anos, mas o simples facto de estar em Florença significa que para p Tadej não será uma vitória fácil como foi no Giro".
O próprio Contador tentou a dobradinha Giro-Tour em 2011 e 2015, mas as coisas não correram como ele esperava. O madrileno fala da dificuldade que teve em vencer a Corsa Rosa e da diferença entre a sua equipa na altura e a grande equipa da UAE Team Emirates que o esloveno tem à sua disposição.
"Vejamos, na verdade, a minha tentativa mais viável foi em 2015. Acho que cometi um erro e corri bastante antes do Giro. Logo depois de terminar o Giro, fui para um estágio grande altitude e acho que isso atrasou a minha recuperação. Antes do início do Tour, apercebi-me que não estava recuperado (terminou em quinto). Foi um Giro muito difícil para mim, porque a Astana estava muito forte. Fui atacado por Fabio Aru, Mikel Landa... além disso, já tinha 32 anos. O Tadej vai ser mais novo (25 anos). A equipa mais forte do Giro foi a dele e provavelmente também o será no Tour. Ele tem muitos ingredientes para o conseguir fazer".
Caso não se tivesse percebido, Contador deixa bem claro que adora o espírito canibal de Tadej Pogacar:
"Estamos numa competição e num desporto profissional. Não se pede ao Real Madrid ou à Red Bull (F1, ed.) que se deixem vencer. Quando se tem pernas, há que aproveitá-las, porque depois a vida é muito curta. As loucuras de Tadej são o que eu gostava de fazer".