Alberto Contador sai em defesa de Juan Ayuso após abandono do Giro: "Esquecem-se que ele teve quedas"

Ciclismo
quarta-feira, 11 junho 2025 a 12:45
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O abandono de Primoz Roglic na Volta à Itália, depois de várias quedas incluindo a da etapa com sterrato gerou natural comoção no pelotão e nos adeptos. No entanto, para Alberto Contador, há uma discrepância no tratamento mediático em relação a Juan Ayuso, que também foi forçado a abandonar sob circunstâncias similares, mas viu o seu caso ser praticamente ignorado.
“Vamos ver como é que ele evolui. Ele começou como favorito a par de Roglic no Giro, mas caiu. Depois esquecem-se que ele teve quedas, e isso é cruel”, afirmou Contador ao jornal Marca. O antigo vencedor das três Grandes Voltas relembra que Ayuso não só era apontado como um dos grandes candidatos à vitória no Giro, como também protagonizou momentos de bravura, mesmo limitado fisicamente.
O jovem espanhol, de apenas 22 anos, sofreu uma lesão no joelho logo na primeira etapa e voltou a ir ao chão na etapa 9, onde curiosamente conseguiu ganhar tempo a Roglic, apesar de perder segundos para outros rivais. Com vários pontos no joelho e sinais evidentes de desconforto, Ayuso arrastou-se até ao primeiro dia de descanso. No entanto, uma inesperada reação a uma picada de abelha na cara precipitou o seu abandono da prova.
Juan Ayuso e João Almeida lado a lado
Juan Ayuso e João Almeida lado a lado
Para Contador, o talento de Ayuso continua intacto e o seu percurso, apesar de marcado por infortúnios, demonstra uma força mental considerável. “Ayuso é um jovem talentoso com uma grande mentalidade”, elogiou. Com quatro participações em Grandes Voltas no currículo, Ayuso teve de abandonar as duas últimas devido a lesões ou problemas de saúde. Na UAE Team Emirates - XRG, onde a concorrência interna é feroz, a pressão tem-se acumulado.
Contador aproveitou ainda para tecer considerações sobre o panorama atual do ciclismo de elite. Recentemente, já elogiou Iván Romeo pela sua vitória no Dauphiné, destacando o surgimento de novos talentos. Agora, aponta para a intensidade das corridas modernas como sinal de uma nova era. “Como espetadores, estamos a gostar muito. O ciclismo é muito atrativo e está a viver um grande momento. É uma altura para desfrutar.”
Apesar da admiração, o espanhol não esquece o preço que os ciclistas pagam: “Há muito sacrifício para todos, e um dia também se sente falta disso”, comentou, entre nostalgia e realismo. O ciclismo moderno tornou-se mais agressivo, mais exigente e, talvez por isso mesmo, menos compreensivo com os contratempos.
Num cenário onde as expectativas e a concorrência interna se intensificam, especialmente em equipas como a UAE, as palavras de Contador funcionam como um lembrete: por trás dos dados, das quedas e dos abandonos, há carreiras moldadas tanto pelo talento como pela resistência ao desgaste físico e psicológico.
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