Contrarrelógio de hoje no Dauphiné é "um dia importante para Remco" segundo diretor da Soudal.

Remco Evenepoel parte hoje para o contrarrelógio do Critérium du Dauphiné com o estatuto de campeão olímpico e mundial da especialidade, mas o percurso de 17 quilómetros entre Saint-Péray e a meta, com um perfil técnico e acentuadamente montanhoso, promete baralhar as previsões e oferecer um verdadeiro teste aos três grandes protagonistas: Evenepoel, Pogacar e Vingegaard.

Apesar do seu palmarés no esforço individual, Evenepoel não é automaticamente o favorito para este tipo de traçado. O percurso arranca de forma rápida, com secções planas, mas termina com uma subida curta e exigente de 1,8 quilómetros a 8,5% de inclinação, seguida de uma descida técnica até à chegada. Esta variação de terreno pode favorecer os ciclistas mais completos e penalizar os especialistas puros em cronos.

“Este é um dia importante para o Remco”, afirmou Klaas Lodewyck, diretor-geral da Soudal – Quick-Step, ao Het Laatste Nieuws esta manhã. “É principalmente plano no início, com vento de frente até à subida. Mas essa subida é mais íngreme do que aparenta ser no papel. A descida que se segue é rápida e continua até à meta.”

A formação belga está perfeitamente familiarizada com o percurso e sabe que cada segundo poderá fazer a diferença, não só para as aspirações à geral no Dauphiné, mas também como um primeiro grande teste de preparação para a Volta a França. Com Pogacar e Vingegaard também presentes e atentos, este contrarrelógio ganha um peso simbólico na luta psicológica entre os principais candidatos à camisola amarela em julho.

Segundo Lodewyck, o ambiente entre os favoritos é de respeito e máxima concentração. “Estou curioso para ver até onde chegamos. Depois de hoje, seremos muito mais sábios. Nos últimos dias, vi que eles estão muito equilibrados. Não dão nada de graça uns aos outros. Todos correm a um nível elevado.”

Além da luta direta pelo triunfo na etapa, o crono de hoje será uma demonstração do momento de forma e do acerto do material de cada equipa. Para Evenepoel, é também uma oportunidade para afirmar-se definitivamente como um nome a temer na Volta a França, mesmo perante adversários com equipas mais robustas e experiência consolidada em Grandes Voltas.

O relógio não mente, e no final da tarde, o equilíbrio tático e físico entre três dos maiores talentos do pelotão atual ficará, pelo menos por hoje, refletido no cronómetro.