A etapa 17 da Volta a Itália é um dia muito, muito difícil. É um dia passado totalmente nos Alpes, com várias subidas que começam logo no início da etapa. Prevemos um dia que não deve ser importante para a luta pela vitória do Giro, mas que pode ser bastante emocionante para os lugares atrás e para a vitória da etapa. Fazemos aqui uma antevisão do dia de amanhã.
A 17ª etapa é outra das candidatas a etapa rainha. 154 quilómetros com cinco subidas difíceis. É o terceiro dia consecutivo de alta montanha e atrevemo-nos a dizer que é o mais difícil de todos? É um dia sem estradas planas, apenas subidas e descidas de montanhas durante várias horas.
Os ciclistas começam o dia imediatamente com uma subida difícil. O Passo Sella tem 8,9 quilómetros de extensão e 7,4% de inclinação, a etapa começa e os homens subirão até aos 2244 metros de altitude. Muito poderá acontecer aqui, os bons trepadores e os candidatos da classificação geral tentarão tirar partido e tentar fugir do pelotão.
Segue-se uma longa descida, para a segunda do dia, que é também a mais longa. O Passo Rolle tem 19,8 quilómetros de extensão com 4,8% de inclinação média, com uma secção bastante plana no meio e duas mais íngremes no início e no fim. Terminando a 90 quilómetros do fim, dá lugar a uma descida técnica que leva diretamente à subida número 3.
Esta será o Passo Gobbera, a mais fácil das subidas do dia; são 5,7 quilómetros a 5,8% e termina a 58 quilómetros do fim. Um aquecimento para a última montanha do dia, que será a Passo Brocon, com a subida a ser feita por dois lados diferentes.
A primeira termina a 31 quilómetros do fim. São 13,2 quilómetros a 6,4%, uma subida difícil, mas tendo em conta a dificuldade da última, ainda assim deverá ser um aquecimento;
A subida final, que coincide com o final da etapa, é onde poderão ser feitos estragos. Pelo seu lado mais difícil, desta vez o Passo Brocon poderá fazer grandes diferenças. A subida tem 11,9 quilómetros de extensão a 6,5%, mas tem uma parte que é significativamente mais dura.
A subida não termina em altitude, mas apresenta 4 quilómetros a mais de 10%. Isto, por si só, poderia fazer grandes diferenças, mas acontece a meio da subida. Os ataques poderão surgir aqui, e ainda haverá alguns quilómetros antes da meta.
O Tempo
Não haverá vento, mas os ciclistas continuarão a encontrar terrenos acidentados. Felizmente, não estará tão frio, mas espera-se chuva e céu cinzento. Para além da dificuldade do dia, a chuva irá certamente torná-lo ainda mais difícil e mais importante para a classificação geral.
Os Favoritos
Tadej Pogacar - A questão, como em todos os dias de montanha, é o que é que Pogacar vai querer? Cinco vitórias no saco, incluindo a de hoje. É seguro dizer que ele já conseguiu tudo o que queria, excepto a vitória na geral em Roma. Não é necessário que os homens da UAE trabalhem ou se sacrifiquem para conseguir uma terceira vitória consecutiva. Hoje a Movistar fez muito trabalho e foi uma etapa fácil de controlar. A cabeça de Pogacar já está parcialmente no Tour e ele nem sequer se levantou do selim durante a subida final de hoje - ele olhou para dentro do seus próprios limites. Não precisará de queimar mais energias que as estritamente necessárias.
Luta pela CG - Daniel Martínez subiu ao segundo lugar e assim temos duas batalhas interessantes dentro do Top 5. Martínez tem 22 segundos de vantagem sobre Geraint Thomas e os dois parecem estar muito equiparados. Hoje Thomas teve dificuldades, mas esperamos um melhor desempenho na etapa de amanhã. Ben O'Connor está atrás de Thomas por um minuto e o pódio ainda é uma realidade para ele, mas nenhum destes nomes deverá arriscar antes da subida final.
Temos Antonio Tiberi, satisfeito com o quinto lugar e com a classificação da juventude, que quererá uma corrida conservadora. Thymen Arensman está apenas 24 segundos atrás, e poderia ser importante para a tática INEOS na luta pelo segundo lugar, mas tal não deverá acontecer. Ele irá fazer a sua própria corrida e lutar pela camisola branca. As outras equipas não irão trabalhar. A Movistar trabalhou muito hoje, mas não recolheu benefícios nenhuns com a táctica adoptada, embora ainda assim Einer Rubio tenha recuperado tempo em relação a Romain Bardet e Filippo Zana na luta pelo 7º lugar. Jan Hirt, Lorenzo Fortunato, Michael Storer, Davide Piganzoli e Domenico Pozzovivo podiam pensar numa fuga para subir alguns lugares - não é que entrar numa fuga seja arriscado num dia como este em que há subidas do princípio ao fim.
A vitória pode muito bem ir para uma fuga. Seria esse o destino de hoje, mas a etapa foi encurtada e fácil de controlar. Amanhã não será esse o caso, a UAE não irá controlar a frente do pelotão e, com uma subida dura logo no início, os bons trepadores podem formar uma fuga, provavelmente sem terem grande luta.
A Decathlon AG2R La Mondiale vai querer apoiar O'Connor na luta pelo pódio, mas entre Alex Baudin, Valentin e Aurélien Paret-Peintre, um deles, pelo menos, terá liberdade e deve ser capaz de lutar pela vitória na etapa. Temos Nairo Quintana que andou muito bem na etapa 15... Ele não terá a mesma altitude aqui, mas com tanta subida e chuva ele poderá tentar e está motivado para isso. Damiano Caruso, outro veterano, também está em alta e adora dias (e clima) como este; poderá ser igualmente perigoso. O jovem Giulio Pellizzari, que esteve perto de vencer hoje, será outra grande carta para vencer esta etapa, pois tem estado realmente à procura de uma vitória no Giro.
Este é um dia para os trepadores puros que estejam em grande forma, de um modo particular. Georg Steinhauser é um deles depois do seu desempenho no fim de semana, podendo ainda levar em consideração os nomes de Nicola Conci, Christian Scaroni, Attila Valter, Simon Geschke, Pelayo Sanchez e Kevin Vermaerke. E quem sabe, se a UAE dará a Rafal Majka (o que é bem possível) a oportunidade de ganhar uma etapa.
Previsão Volta a Itália 17ª etapa:
*** Valentin Paret-Peintre, Nairo Quintana, Tadej Pogacar
** Damiano Caruso, Giulio Pellizzari
* Daniel Martínez, Antonio Tiberi, Geraint Thomas, Einer RubioGeorg Steinhauser, Michael Storer, Nicola Conci, Davide Piganzoli, Aurelien Paret-Peintre, Rafal Majka
Escolha: Nairo Quintana
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