Alfons De Wolf sobre a obsessão belga em encontrar um sucessor para "De Kannibaal": "Continuam à procura do próximo Eddy Merckx, mas nunca o encontrarão"

Ciclismo
sábado, 13 janeiro 2024 a 11:30
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O palmarés do grande Eddy Merckx não tem paralelo na história do ciclismo. No entanto, desde a sua reforma em 1978, o ciclismo belga tem estado à espera de um sucessor.
Um dos primeiros homens a ser apontado como "o próximo Eddy Merckx" foi Alfons De Wolf. No fim de contas, era uma pressão com a qual ele não conseguia viver. "A imprensa começou assim que Eddy se reformou", conta De Wolf à Cycling Weekly. "Todos os jornalistas falavam em encontrar um novo Eddy, mas a pressão era demasiado elevada."
Remco Evenepoel, a mais recente estrela do ciclismo belga, também sentiu as pressões de tal rótulo. Depois de se ter sagrado campeão mundial júnior de contrarrelógio, Evenepoel apelou publicamente ao fim das comparações. "Ser descrito como o novo Merckx não é algo que eu queira ouvir. Por favor, parem com isso", disse na altura e nas redes sociais. "Ninguém pode ser uma nova versão de algo que nunca foi e nunca será. Parem de se comparar, por favor."
"Continuam à procura do próximo Eddy, mas nunca o vão encontrar", continua De Wolf com tristeza. "Tal como nunca encontrarão o próximo Pelé no futebol";
"A imprensa tentou pressionar-me, mas eu era suficientemente inteligente para saber que não era tão bom como o Eddy. Podia fazer algumas boas corridas, dois ou três meses por época a um nível elevado, mas não um ano inteiro. Eu sabia o que podia e o que não podia fazer", conclui. "Era estranho. Eu entrava numa loja e toda a gente me conhecia. Havia muitos pedidos de patrocinadores e até algumas pessoas que me pediam para entrar na política, mas nada disso me interessava."

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