Antevisão - Clássica San Sebastian 2025: Ayuso e Del Toro juntos pela primeira vez desde o Giro. Quem vence?

O calendário do World Tour vai continuar e no próximo dia 2 de Agosto teremos a Clásica San Sebastian. Esta é uma das clássicas de um dia mais icónicas e duras do World Tour, e é disputada na região do País Basco. Fazemos abaixo a antevisão da edição de 2025.

O percurso terá um total de 212 quilómetros com 3900 metros de desnível acumulado, algo que será do agrado dos trepadores e dos puncheurs. Contudo, convém dizer que o percurso terá menos 20km e menos 500 metros de desnível em comparação com edições anteriores, contrariando aquilo que tem sido a tendência de várias corridas recentemente.

A corrida vai ter menos subidas numa fase inicial, passando a ter 3 em vez de 5. Não serão subidas fáceis e serão usadas para imprimir um ritmo muito alto que deixará o pelotão bastante fatigado, mas por outro lado os ciclistas não chegarão às zonas decisivas da corrida com tantos quilómetros como outrora chegariam.

A primeira das subidas da fase decisiva da prova será o mítico Jaizkibel. Com 7.9km a 5.5% e o alto a 62 quilómetros da meta e uma descida bastante técnica pela frente, o Jaizkibel mantem o estatuto de subida mais icónica da corrida.

O Jaizkibel será seguido por Erlaitz, que terá 4km a uma média superior a 10% e termina a 43km para a meta. Aqui haverão diferenças, havendo ataques este é o terreno para se criarem grandes diferenças. As suas rampas constantes e duras serão o terreno ideal para os trepadores poderem explodir a corrida. Segue-se uma zona em planalto antes do pelotão descer até San Sebastián pela primeira vez.

A última subida da corrida será em Murgil. Nos últimos anos a corrida tem passado por esta colina mas usando estradas diferentes, ainda assim esta é a subida por mais vezes ultrapassada na corrida. Com 2km a 9.4% este é o típico muro Basco com zonas acima dos 15% e que irão certamente partir o que restar do pelotão. Quem tiver pernas para fazer a diferença terá aqui terreno para isso.

Depois disto teremos uma descida bastante técnica, rápida e que deixará os ciclistas a apenas 3km da meta. A partir daí é tererno plano até ao centro de San Sebastián onde teremos certamente alguém a vencer a solo ou um grupo pequeno a disputar um sprint.

Haverá vento norte que poderá ajudar quem quiser atacar em Erlaitz. Mesmo assim o vento não deverá ter grande impacto na corrida. Há ainda uma pequena hipótese de chuva antes ou durante a corrida, o que poderá tornar as descidas perigosas.

Trepadores - Será que as "pernas do Tour" vão decidir a corrida? Normalmente a clássica é vencida por ciclistas saídos do Tour em excelente forma e com alguns dias de descanso. Olhando para a lista de participantes temos ciclistas como Oscar Onley, Tobias Johannessen e Lenny Martinez que em teoria se adaptam muito bem às subidas curtas e inclinadas do País Basco. Mas é 50-50, porque a fadiga acumulada também se poderá fazer sentir e poderemos ver estes ciclistas completamente arredados da luta pela vitória. Além destes, temos dois nomes que estiveram discretos no Tour mas que se adaptam perfeitamente a este percurso, são eles a dupla da Cofidis Ion Izagirre e Alex Aranburu.

Também entre os favoritos temos que incluir sempre gente da UAE Team Emirates - XRG que conta com Jan Christen como um outsider interessante mas que terá certamente como grandes favoritos Isaac del Toro (que teve um mês de julho recheado de vitórias) e Juan Ayuso que foi recentemente apontado com substituto de Tadej Pogacar na Volta a Espanha e que vai competir pela primeira vez deste o abandono na Volta a Itália.

Por outro lado, podemos ter vários outros ciclistas que podemos esperar ver pela frente se estiverem num bom dia: Nicolas Prodhomme, Pello Bilbao, Antonio Tiberi, Giulio Ciccone, Chris Harper, Lorenzo Fortunato, Harold Martín López, Giulio Pellizzari, Aleksandr Vlasov, Jefferson Alveiro Cepeda e Urko Berrade. Destes que menciono é bastante provável vermos Ciccone e Pellizzari na disputa direta pela vitória, e nunca devemos descartar também Pello Bilbao que conhece estes terrenos como a palma da sua mão.

Puncheurs - Tal como no ano passado, podemos acabar por ter uma corrida decidida na última subida entre os especialistas em clássicas. Se o Jaizkibel e o Erlaitz não forem intensificados poderemos ter vários ciclistas a chegarem na frente para uma subida final de 2km. Isso seria um erro para várias equipas. Com uma corrida mais curta e com menos subida este é um cenário bastante possível.

Provavelmente não veremos o campeão em título Marc Hirschi ao mesmo nível do ano passado já que durante as 3 semanas do Tour não se conseguiu mostrar por uma vez que fosse. Por outro lado, ciclistas como Romain Grégoire, Tiesj Benoot, Mauro Schmid, Neilson Powless, Quinn Simmons e Simone Velasco serão legítimos candidatos à vitória.

Aurélien Paret-Peintre, Louis Barré, Michal Kwiatkowski, Christian Scaroni, Maxim van Gils, Lukas Nerurkar e Ewen Costiou também são ciclistas a ter em conta. Aqui temos alguns ciclistas que vêm em boa forma do Tour e outros que virão com uma boa dose de treinos focados nesta corrida, poderemos perfeitamente ter boas surpresas vindas daqui.

*** Isaac del Toro, Juan Ayuso
** Oscar Onley, Tobias Johannessen, Lenny Martínez
* Antonio Tiberi, Pello Bilbao, Giulio Ciccone, Giulio Pellizzari, Ion Izagirre, Quinn Simmons, Michal Kwiatkowski, Maxim van Gils, Neilson Powless, Romain Grégoire, Tiesj Benoot

Escolha: Isaac del Toro

Cenário previsto: A UAE deverá dominar a corrida, a não ser que Oscar Onley ainda esteja com a sua forma do Tour. Se não for o caso, Ayuso e Del Toro vão dominar a corrida e um deles irá vencer a solo, dependendo do timing dos seus ataques.