Antevisão e favoritos da 11ª etapa da Volta a Espanha 2025: Será que as subidas íngremes do País Basco vão conseguir derrubar Vingegaard?

A 11ª etapa da Volta a Espanha 2025 promete ser um dos dias mais traiçoeiros da corrida. O percurso, em circuito com partida e chegada em Bilbau, oferece um menu de subidas curtas, íngremes e altamente seletivas, num total de 157 quilómetros e mais de 3000 metros de desnível acumulado.

Trata-se de um terreno típico da Vuelta, mas único nesta edição, capaz de provocar diferenças inesperadas entre os homens da geral e de abrir espaço a uma fuga combativa. Estradas estreitas, descidas técnicas e meteorologia imprevisível acrescentam vários níveis de incerteza.

Os primeiros 26 quilómetros serão perigosos: um constante sobe e desce, ideal para cortes no pelotão ou para a formação de uma fuga de qualidade. Muitos candidatos à geral fora do top-10 geral tentarão infiltrar-se nesse movimento, aproveitando a dureza inicial para ganhar espaço.

Depois, o pelotão enfrentará cinco subidas categorizadas. O Alto del Vivero (4,3 km a 7,9%) será subido por duas vezes, a última a 53 quilómetros da meta, sempre com potencial para partir a corrida. Mais adiante, a chave do dia estará no Alto de Pike (2,1 km a mais de 9%), um muro explosivo com rampas que chegam aos 20% e com o alto a apenas 8 quilómetros do final. Daí até Bilbau será essencial não só ter pernas, mas também sangue-frio para a descida técnica que leva até à meta.

O perfil da etapa faz lembrar o arranque da Volta a França 2023, também em Bilbau, onde o Alto de Pike foi decisivo.

O vento deverá mudar de direção ao longo do dia, mas o relevo quebrado limitará o impacto. A chuva é pouco provável, pelo que o terreno seco favorecerá descidas rápidas e arriscadas.

No pelotão, a Team Visma | Lease a Bike parte com a camisola vermelha de Jonas Vingegaard e poderá optar por controlar, mas sem grande pressão para defender a liderança a qualquer custo, já que as etapas rainha ainda estão por vir. Mesmo assim, a dureza do percurso sugere ritmo alto desde cedo.

Na luta pela classificação geral, Vingegaard poderá usar o Alto de Pike para testar rivais como João Almeida, menos confortável em subidas curtas. Tom Pidcock, mais à vontade em terrenos deste tipo, pode tentar ganhar segundos tanto na subida como na descida técnica para Bilbau. Giulio Ciccone e Felix Gall também se adaptam bem a este perfil, embora o italiano dê sinais de quebra de forma. Jai Hindley, Giulio Pellizzari, Matthew Riccitello e Egan Bernal deverão estar entre os melhores, enquanto a Visma poderá ainda usar Matteo Jorgenson como peça tática.

Na hipótese fuga, a lista é quase interminável. Homens como Lorenzo Fortunato, William Junior Lecerf, Ben O’Connor, Santiago Buitrago, Mikel Landa, Harold Tejada ou Jefferson Cepeda são candidatos naturais. Também ciclistas de clássicas resistentes, como Michal Kwiatkowski, Andrea Bagioli ou até Javier Romo, podem sonhar com o triunfo. Na UAE, Juan Ayuso pode procurar protagonismo individual e Marc Soler poderá mexer na corrida para pressionar a Visma.

*** Jonas Vingegaard, Tom Pidcock
** João Almeida, Ben O'Connor, Marco Frigo
* Giulio Ciccone, Matthew Riccitello, Felix Gall, Jai Hindley, Giulio Pellizzari, Lorenzo Fortunato, William Lecerf Junior, Harold Tejada, Ben O'Connor, Pablo Cstrillo, Victor Langellotti, Andrea Bagioli, Michal Kwiatkowski

Escolha: Andrea Bagioli

Cenário previsto: Vitória na fuga.