Antevisão e favoritos - Volta a Espanha 2025, 12ª etapa: Quem conseguirá pressionar Vingegaard numa jornada de montanha complicada?

Fazemos a antevisão da 12ª etapa da Volta a Espanha, que terá lugar dia 4 de setembro. Esta será uma etapa de montanha complicada, sem uma chegada em alto, apesar de ter duas subidas difíceis no percurso, onde alguns homens podem querer testar Jonas Vingegaard. A etapa está marcada para começar às 13:10h e terminará por volta das 16:20h.

O dia poderá ser terreno fértil para a fuga, mas também tem potencial para desencadear uma luta pela classificação geral na Collada de Brenes. Trata-se de um dos dias mais interessantes da Volta a Espanha, com um perfil pouco habitual, que favorece ataques de longe e pode transformar a corrida num autêntico jogo táctico.

O início da etapa é maioritariamente plano e o desenho global é simples, com duas subidas de características semelhantes. O ponto chave do dia é a Collada de Brenes, uma ascensão de 7,7 quilómetros a 8%. Apesar do primeiro quilómetro suavizar a estatística, a subida é dura e suficientemente seletiva para provocar diferenças importantes, ainda para mais porque o topo surge a 22 quilómetros da meta.

A descida e o trecho plano que se seguem aumentam as possibilidades de ataque. Quem se lançar ao ataque na montanha pode encontrar aliados vindos da fuga e, juntos, ampliar as diferenças de forma mais eficaz do que seria possível num luta directa apenas entre os homens da geral. Tudo aponta, portanto, para uma etapa muito aberta e estratégica, com final em Los Corrales de Buelna.

Está previsto algum vento de noroeste, que não deverá ter grande impacto na etapa, e uma pequena probabilidade de chuva. Nesta região o clima é bastante instável, pelo que é possível encontrarmos algumas descidas molhadas ao longo do percurso, o que poderá aumentar a tensão dentro do pelotão.

Luta pela CG – Este é, em teoria, um dia de classificação geral, mas se ninguém se empenhar verdadeiramente em atacar Jonas Vingegaard, poderemos ter uma luta neutralizada, já que a Visma se mostra muito sólida e o dinamarquês é também o trepador mais forte da corrida. As equipas da CG vão certamente procurar colocar homens na fuga, pois o potencial para jogadas tácticas neste final é elevado se algum candidato próximo do topo tiver um dia menos bom.

João Almeida tem estado muito agressivo nos últimos dias e pode querer tentar algo, porque bater Vingegaard de forma direta será complicado, pelo que precisa de explorar eventuais falhas. Também não tiraria Tom Pidcock da equação, já que está em excelente forma, ganhou confiança depois da etapa de hoje e, acima de tudo, pode fazer a diferença nas descidas. Felix Gall, Giulio Ciccone, Matthew Riccitello e Egan Bernal estarão atentos, mas eu olharia com especial cuidado para a BORA, em particular para Jai Hindley, que parece atravessar o seu melhor momento e pode tentar uma jogada. Ainda assim, importa lembrar que a etapa antecede o Angliru, pelo que alguns podem optar por gerir esforços.

A fuga deverá, com grande probabilidade, discutir a vitória. Não parece existir um cenário em que o pelotão queira controlar e depois acelerar o suficiente para alcançar os fugitivos antes do topo da subida final. É um dia para trepadores, mas o final em terreno plano e a partida também relativamente suave abrem espaço a surpresas. Alguém como o sempre combativo Mads Pedersen ou roladores como Marco Frigo e Bruno Armirail podem tentar aproveitar esse perfil.

Os outsiders da CG também poderão arriscar, como Lorenzo Fortunato ou Ben O'Connor, habituados a brilhar em fugas. A Astana apresenta opções como Harold Tejada, Harold Martín López e Wout Poels, já a equipa da Emirates conta com Juan Ayuso, Marc Soler e Jay Vine.

Outros trepadores que podem destacar-se neste tipo de etapa, tendo em conta o contexto atual da corrida, são Santiago Buitrago, Markel Beloki, Eddie Dunbar, Pablo Castrillo, Javier Romo e Léo Bisiaux.

*** Marc Soler, Santiago Buitrago
** Jonas Vingegaard, Ben O'Connor, Pablo Castrillo
* Tom Pidcock, João Almeida, Jai Hindley, Mads Pedersen, Marco Frigo, Lorenzo Fortunato, Harold Tejada, Jay Vine, Juan Ayuso, Javier Romo, Léo Bisiaux

Escolha: Marc Soler