Amanhã vai para a estrada mais uma etapa da
Volta a Itália de 2025, a 13ª, pelo que vamos fazer a
antevisão da jornada que espera o pelotão.
A tirada ligará Rovigo a Vicenza, num total de 180 quilómetros, com chegada ao icónico Monte Berico. Não é um dia de grandes subidas, mas o perfil técnico e o final explosivo prometem tensão e alguns cortes. A última subida, embora curta, poderá fazer estragos e provocar diferenças entre os candidatos à Camisola Rosa.
A maior parte do percurso desenrola-se em terreno plano e rápido, o que permitirá aos ciclistas guardarem energias para a parte final. No entanto, os últimos 25 quilómetros concentram praticamente toda a ação do dia.
Rovigo - Vicenza (Monte Berico), 180 quilómetros
A primeira passagem pelo Monte Berico acontece a 21 quilómetros da meta. Segue-se a subida de Arcugnano, com 1,8 km a 6,6% de inclinação média, localizada a 11 km do fim. Finalmente, a chegada ao topo do Monte Berico, com os seus 800 metros a 8%, impõe um esforço curto e violento, totalmente anaeróbico, que se adequa na perfeição aos puncheurs.
Esta configuração abre a possibilidade de uma fuga bem-sucedida, mas também poderá ser um terreno fértil para ataques táticos entre os homens da geral, sobretudo se houver equipas interessadas em partir o grupo antes da subida final. A chegada, localizada na cidade de Vicenza, é também uma das mais espectaculares desta edição.
Mapa Giro d'Italia 2025 etapa 13
O Tempo
O pelotão poderá encontrar algumas estradas molhadas no caminho para Vicenza, por causa da chuva que caiu esta quinta feira. O vento será fraco e não terá grande influencia na corrida.
Os Favoritos
O final em rampa será um teste importante para os homens da geral. As bonificações e a possibilidade de vitória de etapa no topo aumentam a tensão e tudo indica que haverá diferenças entre os principais nomes. O esforço explosivo favorece, em teoria, Primoz Roglic, embora subsistam dúvidas quanto à sua forma em finais deste tipo. A colocação será determinante e a Red Bull - BORA - hansgrohe poderá ter aqui uma oportunidade para executar uma boa estratégia.
No entanto, Isaac del Toro tem demonstrado uma aceleração muito forte e a subida curta poderá jogar ainda mais a seu favor. O mexicano está em excelente forma e não surpreenderia vê-lo a superar Roglic num esforço anaeróbico. Juan Ayuso, Richard Carapaz e Giulio Ciccone também são especialistas neste tipo de finais e partem como sérios candidatos à vitória. Espera-se que estas equipas assumam o controlo do pelotão na subida e que grande parte do top-10 da geral esteja envolvida na disputa.
Sprinters com perfil misto e incógnitas tácticas
A principal incógnita do dia será perceber até que ponto alguns sprinters poderão resistir e disputar a etapa. Wout van Aert, embora não seja um sprinter puro, tem potência e resistência suficientes para brilhar neste tipo de subida curta. O mesmo se aplica a Mads Pedersen, que já mostrou capacidade em finais semelhantes. Paul Magnier poderá também tentar a sua sorte, embora o esforço final possa ser mais exigente para o jovem francês.
Outro fator a considerar será o papel tático de Van Aert e Pedersen: estarão a correr para si próprios ou a trabalhar para Simon Yates e Giulio Ciccone? Essa escolha poderá redefinir o desfecho. Ciclistas como Corbin Strong e Orluis Aular, se bem posicionados, também poderão aproveitar o esforço final.
Puncheurs e outsiders com carta branca
Esta é uma das etapas mais favoráveis aos puncheurs puros em toda a edição e muitos deles não quererão desperdiçar a oportunidade. Tom Pidcock é o nome mais sonante nesta categoria. Já esteve perto de vencer e o perfil do Monte Berico encaixa perfeitamente nas suas características. Esta pode ser a melhor e última oportunidade do britânico para vencer uma etapa na Corsa Rosa deste ano.
A Astana poderá jogar com Diego Ulissi e Christian Scaroni, que já mostraram boa forma e experiência em finais técnicos. Entre os outsiders a ter em conta destacam-se Max Poole, Edoardo Zambanini, Kevin Geniets, Paul Double e Quinten Hermans, todos com perfil adequado a este tipo de chegada e com liberdade de ação.
Hipótese de fuga: cenário incerto, mas possível
Embora não seja o cenário mais provável, uma fuga bem organizada poderá surpreender. O terreno plano entre as subidas reduz a eficácia das equipas na perseguição e se um grupo forte conseguir isolar-se, poderá ser difícil de anular. No entanto, com tantas equipas interessadas em disputar a etapa - seja porque a etapa é um objetivo, seja por motivos de classificação geral - a possibilidade de sucesso da fuga dependerá da composição do grupo e da gestão das equipas no pelotão.
Previsão Volta a Itália 13ª etapa:
*** Isaac del Toro, Primoz Roglic, Tom Pidcock
** Giulio Ciccone, Juan Ayuso, Wout van Aert
* Mads Pedersen, Richard Carapaz, Corbin Strong, Diego Ulissi, Simon Yates, Christian Scaroni, Edoardo Zambanini, Antonio TIberi
Escolha: Isaac del Toro
Como: Sprint entre um grupo composto por trepadores e puncheurs.
Original: Rúben Silva