Antevisão - E3 Saxo Classic 2025: Mathieu van der Poel e Wout van Aert no derradeiro confronto antes da Flandres

No dia 28 de março, os ciclistas terão a oportunidade de enfrentar a melhor corrida de aquecimento antes da Volta à Flandres. A E3 Saxo Classic, que se consolidou como uma das mais exigentes corridas de um dia no calendário do World Tour, será, mais uma vez, o palco para o encontro de gigantes: Tadej Pogacar, Mathieu van der Poel e Wout van Aert, antes do segundo monumento da temporada.

Esta corrida é, sem dúvida, o principal aquecimento para a Volta à Flandres. Embora tenha uma hora a menos de corrida em comparação com a Flandres, o perfil do percurso é bastante semelhante, com as subidas determinantes a surgirem em sequência, criando condições para ataques estratégicos.

Harelbeke - Harelbeke, 209 quilómetros

Com 209 quilómetros no total, a E3 Saxo Classic é, ainda assim, uma prova longa e desgastante. A partir dos 120 quilómetros, a actividade no pelotão começará a aumentar à medida que os ciclistas entram nos bergs. A 81 quilómetros do final, o Taaienberg será o primeiro grande ponto de seleção, separando os corredores mais fortes dos restantes.

A partir daí, uma série de subidas empedradas, como o Stationsberg a 58 km do final, surgem como pontos ideais para ataques, especialmente para aqueles que desejam antecipar as grandes subidas que se seguirão.

Curiosamente, a ordem das subidas na E3 Saxo Classic são o oposto da da Volta à Flandres. A combinação Paterberg/Oude Kwaremont começa com a curta subida do Paterberg, a 43,5 quilómetros da meta, ainda distante da chegada, mas a sua dureza capaz de causar danos significativos no pelotão.

Paterberg: 400 metros; 13.5%; 43.5Km para o fim

Logo depois, a 38 quilómetros da meta, surge o Oude Kwaremont. A sequência rápida dessas duas subidas será o ponto de partida para os principais ataques dos favoritos da corrida, que tentarão criar diferenças nas zonas mais duras. A 31,5 km e 20,5 km do final, há pequenas subidas e um setor de calçada a 23 km da meta. Embora essas secções não sejam tão difíceis, elas podem ser aproveitadas para endurecer a corrida. Porém, o mais provável é que os grupos tentem consolidar as suas diferenças nesta parte da prova.

Oude Kwaremont: 2,5Km; 3,7%; 38Km para terminar

Nos últimos 20 quilómetros, o percurso torna-se essencialmente plano. Esta seção plana oferece a oportunidade para perseguições, seja para alcançar grupos menores ou para caçar um ciclista isolado que tenha se destacado. As decisões tácticas serão fundamentais e poderão ser cruciais para determinar o vencedor.

As estradas planas também oferecem a possibilidade de ataques rápidos e tardios, assim como mudanças de ritmo, algo comum na E3 Saxo Classic. Os corredores que entrarem nesta secção na frente terão uma vantagem significativa, já que é possível formar um grande parcial antes da linha de chegada.

Final do E3 Saxo Classic

Mapa E3 Saxo Classic 2025

O Tempo

O tempo para a E3 Saxo Classic não será o ideal, o que certamente tornará a corrida mais difícil para os ciclistas. Embora o sol tenha predominado durante a maior parte da semana, esta sexta-feira poderá trazer chuva, embora não seja um dado adquirido. Contudo, as estradas podem ficar ligeiramente molhadas, o que adiciona um factor de risco extra. Além disso, o vento será um elemento a ter em conta, pois soprará forte de sudoeste. Isso significa que os ciclistas enfrentarão vento de frente na subida do Oude Kwaremont e vento de lateral ao longo da maior parte da corrida, até a linha de chegada em Harelbeke.

Os Favoritos

Mathieu van der Poel - A forma que Mathieu van der Poel mostrou em Sanremo foi simplesmente impecável, e, atrevemo-nos a dizer que ele talvez nem precisasse correr na E3 Saxo Classic. O que acontecer nesta corrida terá um impacto directo sobre a responsabilidade que ele assumirá na Volta à Flandres. Van der Poel quer resultados e, claro, ritmo de corrida, mas, na nossa opinião, a sua forma física já está 'no ponto'. O principal foco agora deve ser acima de tudo mantê-la.

Na E3, o holandês será, sem dúvida, um dos mais fortes nas subidas, mas as condições não parecem ideais para que ele consiga fazer a diferença e derrubar os seus rivais. Caso isso não aconteça, equipas como a Visma, INEOS, Lidl-Trek ou UAE Team Emirates poderão ultrapassá-lo, especialmente porque ele não terá grandes nomes para o apoiar nesta corrida, o que pode ser um fator limitador.

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Wout van Aert- Wout van Aert acaba de chegar do estágio em altitude, e, embora haja pressão sobre ele, a realidade é que o resultado da E3 Saxo Classic não terá grande impacto para ele. No entanto, se ele entrar numa luta direca com Van der Poel e se desgastar demais, isso poderia ser um golpe para suas ambições na Volta à Flandres. Van Aert tem-se sacrificado muitas vezes pelos colegas de equipa, mas nesta corrida ele precisa dar tudo de si.

A Visma deve tirar partido dos seus números e atacar com força desde o início. Nomes como Matteo Jorgenson e Tiesj Benoot têm um papel crucial para criar dinâmica e desgastar os rivais, evitando que a corrida se arraste para uma repetição do que aconteceu no 'Fim de semana de abertura', onde a equipa não soube explorar todo o seu potencial. A estratégia de atacar cedo e com intensidade será essencial para manter o controle da corrida e para que Van Aert tenha as melhores condições possíveis para brilhar.

Mads Pedersen- Na Paris-Nice, Mads Pedersen esteve simplesmente imparável, e a verdade é que as condições meteorológicas na E3 Saxo Classic parecem ser perfeitas para o dinamarquês. Embora não haja previsão de trovoadas ou clima extremo, o tempo mais agreste e as estradas exigentes podem ser vantajosas para ele. Pedersen não parecia estar no seu melhor na Sanremo, mas ele pode muito bem recuperar o nível que demonstrou na Paris-Nice, e se isso acontecer, ele será uma dor de cabeça para todos os adversários.

Pedersen é um atacante feroz e, ao mesmo tempo, um sprinter brilhante, capaz de se adaptar a qualquer condição. A Lidl-Trek chega com uma equipa forte, que inclui Mathias Vacek, Jasper Stuyven e Toms Skujins, o que lhe dá uma grande vantagem para os ataques iniciais. A formação está bem posicionada para controlar a corrida desde o começo e, caso Pedersen entre na disputa, ele terá a oportunidade de lutar pela vitória, tornando-se um sério contendente para o topo do pódio em Harelbeke.

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Filippo Ganna - Embora Filippo Ganna não vá correr na Volta à Flandres, o italiano estará presente na E3 Saxo Classic, a corrida de aquecimento para a Flandres. Esta será uma excelente oportunidade para ver o que ele pode fazer nas clássicas e, se tivessemos que apostar, diriamos que ele se sairá muito bem.

As subidas na E3 Saxo Classic serão mais íngremes e explosivas do que o que Ganna normalmente prefere, mas com a sua forma atual, ele tem tudo para superar essas dificuldades. Ganna é um ciclista extremamente forte, e se ele se encontrar sozinho na frente da corrida, será um verdadeiro desafio para qualquer adversário alcançá-lo. A sua capacidade de manter um ritmo imbatível, especialmente em terreno difícil, torna-o uma ameaça em qualquer circunstância. Atrás dele, temos outro nome a ter em conta: Joshua Tarling. O jovem britânico está a mostrar grande potencial e, se mantiver o ritmo necessário, poderá ser uma grande surpresa, com a mesma capacidade de Ganna para atacar e se distanciar do pelotão.

UAE - A UAE Team Emirates não contará, como inicialmente previsto, com Tadej Pogacar na linha de partida. Sem o seu maior trunfo, a vitória parece improvável, especialmente com rivais em grande forma, mas a equipa ainda tem recursos para desempenhar um papel importante na corrida.

Tim Wellens parece estar de volta ao seu melhor nível e será, sem dúvida, uma peça-chave na estratégia da UAE. Além disso, Florian Vermeersch, Nils Politt e António Morgado terão liberdade para cobrir ou lançar os seus próprios ataques, tornando a equipa bastante versátil e perigosa ao longo do percurso.

A BORA-hansgrohe encontra-se numa posição semelhante à UAE, mas talvez um pouco abaixo em termos de favoritismo. No entanto, merece destaque pela sua formação competitiva. Com Mick e Tim van Dijke, Oier Lazkano e Laurence Pithie, a equipa tem ciclistas que podem destacar-se nas subidas e jogar um papel importante na corrida.

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Os Outsiders a Ter em Conta

Dentro do grupo de potenciais surpresas, há nomes que podem surpreender e lutar pelo pódio:

• Michael Matthews – Vem diretamente de um Top 5 na Milan-Sanremo e tem mostrado boa forma. Se conseguir ultrapassar as subidas em boa posição, será um nome forte para os quilómetros finais.
• Tudor Pro Cycling – A equipa conta com Matteo Trentin , que apresentou boas pernas em Itália e está pronto para brilhar nas clássicas de paralelepípedos.
• Groupama-FDJ – Traz Stefan Küng e Valentin Madouas para a E3, ciclistas que, embora prefiram as distâncias mais longas da Volta à Flandres, podem causar estragos se tiverem espaço para atacar.
• Uno-X Mobility – Jonas Abrahamsen e Rasmus Tiller são dois ciclistas que não podem ser ignorados, especialmente se a corrida se tornar imprevisível.

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Nomes a ter em conta, mas com menos hipóteses

Além dos favoritos e dos outsiders diretos, há um conjunto de ciclistas que podem brilhar se as circunstâncias lhes forem favoráveis:

• Para uma corrida dura e seletiva: Matej Mohoric, Fred Wright, Oliver Naesen, Joe Blackmore e Alec Segaert.
• Para um sprint final em grupo reduzido: Biniam Girmay, Luca Mozzato e Madis Mihkels.

Embora estes últimos nomes possam não estar diretamente na luta pelos primeiros lugares, são ciclistas que podem surpreender se a corrida tomar um rumo inesperado

Previsão E3 Saxo Classic 2025:

*** Mathieu van der Poel, Wout van Aert, Mads Pedersen
** Matteo Jorgenson, Filippo Ganna, Tim Wellens
* Tiesj Benoot, Mathias Vacek, Joshua Tarling, Florian Vermeersch, António Morgado, Nils Politt, Oier Lazkano, Laurence Pithie, Michael Matthews, Neilson Powless, Stefan Küng, Matteo Trentin, Matej Mohoric

Escolha: Mathieu van der Poel

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Original: Rúben Silva