A campanha das Clássicas da primavera está longe de correr como desejado para a Lotto. A formação belga continua sem grandes resultados de destaque, e o seu principal trunfo para esta fase da época — Arnaud De Lie — está longe da forma ideal. Apesar de um início de temporada promissor em França, Espanha e Portugal, o jovem belga tem-se revelado abaixo das expectativas à medida que as grandes clássicas se aproximam.
Dirk De Wolf, vencedor da Liège-Bastogne-Liège em 1992 e da Dwars door Vlaanderen em 1989, foi direto ao assunto no podcast Wielerclub Wattage, da Sporza: "Arnaud treinou demasiado tempo em Espanha — dois meses — e pouco em casa. Gosta demasiado de estar com as suas vacas. Foi literalmente isso que o Dirk Demol [diretor desportivo da Lotto] me disse."
O apresentador Ruben Van Gucht lançou a hipótese de que o problema possa ser emocional: “Saudades de casa?”, sugeriu. De Wolf concordou, reforçando que “De Lie devia treinar mais nas Ardenas, e passar mais tempo em casa, com as suas vacas.”
Tom Boonen, lenda do ciclismo belga, mostrou-se mais céptico: "Mas será mesmo esse o problema? Se estás em Espanha durante dois meses, não podes simplesmente regressar à Bélgica por uns dias?"
Arnaud De Lie mantém-se, para já, nos alinhamentos provisórios da Lotto para as próximas provas decisivas: Gent-Wevelgem (30 de março), Dwars door Vlaanderen (2 de abril) e Volta à Flandres (6 de abril). No papel, estas são corridas onde o belga deveria lutar por lugares entre os dez primeiros — e talvez até algo mais.
No entanto, com a forma física em queda e uma série de desempenhos abaixo do esperado, começa a pairar a dúvida: fará sentido insistir, ou será mais prudente recuar e guardar forças para objetivos mais realistas? Numa primavera em que tudo parecia preparado para a afirmação definitiva de De Lie nas grandes Clássicas, a Lotto vê-se, mais uma vez, a lidar com frustração e incerteza.