A Gent Wevelgem, a mais longa das clássicas com paralelos antes da Volta à Flandres, regressa este domingo, 30 de março, com a promessa de mais um espetáculo dinâmico e imprevisível. Apesar de não ter o grau de dureza da Ronde, a corrida belga é conhecida pelo seu ritmo explosivo, constantes mudanças de cenário e finais abertos, reunindo ano após ano os melhores especialistas em clássicas. Fazemos a sua antevisão.
Com um total de 250,5 km, a Gent Wevelgem tem um perfil maioritariamente plano, o que faz dela uma prova muitas vezes favorável aos sprinters. No entanto, a presença das exigentes subidas ao Kemmelberg e dos setores de gravillha - os chamados "plugstreets" - introduz variáveis que frequentemente partem o pelotão.
O primeiro momento crítico surge a 85 quilómetros da meta, na primeira das três passagens pelo Kemmelberg (via Belvedère). A seguir, os ciclistas enfrentam 4,1 km de setores de gravilha, onde os furos e problemas mecânicos são sempre uma ameaça.
A segunda ascensão ao Kemmelberg, a 56 km do fim, é um ponto habitual de ataques, com os favoritos a tentarem endurecer a corrida. Mas é a terceira e última passagem, pelo Kemmelberg via Ossuaire — 700 metros a 9,6% com rampas que chegam aos 18%, a 34 km da meta — que costuma provocar a seleção final.
Depois disso, o terreno torna-se plano até Wevelgem, permitindo perseguições e reagrupamentos — e deixando sempre em aberto a possibilidade de uma chegada ao sprint entre grupos reduzidos ou mesmo um grupo mais alargado.
O tempo deverá manter-se seco, mas o vento voltará a ter um papel importante. Com ventos fortes de noroeste, o início da corrida será marcado por vento contrário, mas a partir dos 100 km finais, a direção mudará - e os últimos 22 km terão vento de costas, favorecendo ataques tardios e dificultando a tarefa das equipas de sprinters.
O campeão em título, Mads Pedersen, chega com uma forma brilhante e é um dos grandes nomes para atacar nas subidas. A equipa conta também com o sprinter Jonathan Milan, opção ideal caso a corrida chegue agrupada, além de nomes como Jasper Stuyven, Mathias Vacek e Toms Skujins — prontos para uma corrida ofensiva.
Sem Mathieu van der Poel, todas as fichas estão apostadas em Jasper Philipsen, que procura uma chegada ao sprint. Gianni Vermeersch poderá ter liberdade para atacar, caso as pernas o permitam.
Com menos argumentos para lutar nas subidas, a formação belga aposta tudo no sprint. Tim Merlier será a principal carta, com Paul Magnier como alternativa. Ambos têm o perfil certo para este tipo de corrida.
Com Tadej Pogacar ausente, a formação aposta num estilo ofensivo, com Tim Wellens para endurecer a corrida nas colinas. Florian Vermeersch e Nils Politt são perigosos em ataques de longa distância, especialmente no terreno plano final.
Previsão para a Gent Wevelgem 2025:
*** Mads Pedersen, Jonathan Milan
** Tim Merlier, Jasper Philipsen, Matteo Jorgenson, Tim Wellens
* Jasper Stuyven, Paul Magnier, Florian Vermeersch, Joshua Tarling, Matteo Trentin, Tiesj Benoot, Jordi Meeus, Olav Kooij, Arnaud De Lie, Michael Matthews, Biniam Girmay, Soren Waerenskjold, Madis Mihkels
Escolha: Mads Pedersen
Como: Como no ano passado, a vitória será discutida por um grupo reduzido e o dinamarquês vai impor-se, diante de Wellens e Jorgenson
Original: Rúben Silva