ANTEVISÃO | GP de Québec 2024 - Conseguirá Tadej Pogacar vencer a corrida de regresso?

A 13 de setembro, o pelotão e as corridas do World Tour regressam ao Canadá, para aquela que é a primeira das duas clássicas canadianas: GP de Québec. Sendo esta mais favorável aos sprinters, deverá assistir-se a uma corrida mais tática nas ruas do Québec, com vários ciclistas com hipóteses de conquistar uma grande vitória. Os colegas do CyclingUpToDate fazem a antevisão da corrida.

O percurso terá um total de 204 quilómetros, divididos por 16 voltas, cada uma com pouco menos de 13 quilómetros de distância. Há 2400 metros de acumulado nesta corrida de "sobe e desce" que dura todo o dia, uma vez que cada volta contém três pequenas colinas para enfrentar. Na primeira metade do circuito, os ciclistas descem do centro do Québec até ao rio durante os primeiros cinco quilómetros, e depois, ao longo dos quatro quilómetros seguintes, haverá uma secção plana onde as equipas, em cada volta, se reorganizam e procuram posicionar os seus líderes na parte difícil da corrida. 

A primeira pequena subida tem 300 metros a 8,3% - a Côte de la Montagne - e termina a 3,5 quilómetros do fim, na última volta, claro. Segue-se uma descida muito curta, mas rápida, antes da segunda subida, a Côte de la Potasse, com 400 metros a 6% e apenas a 2 quilómetros do final.

A estrada fica plana por breves instantes antes da última subida para a meta, que terá 1,1 quilómetros a 4%. Não se trata de inclinações mortais, mas de inclinações que podem levar ao sucesso de ataques tardios, que podem sufocar alguns sprinters e que também farão uma grande diferença no que respeita à energia que os ciclistas terão para o sprint final.

Uma tarde quente e algum vento de sudoeste que pode ser um vento de frente na reta final, mas relativamente irrelevante na maior parte do circuito.

Sprinters - Para além de Benoît Cosnefroy em 2022, esta corrida foi ganha ao sprint em todas as edições recentes. Este é o cenário mais provável, é uma clássica acidentada, mas os sprinters que estão presentes conseguem subir bem e a realidade é que este não é um circuito suficientemente duro para fazer diferenças. Só um ataque no último quilómetro pode ser bem sucedido, e isso se não houver leadouts atrás.

Num cenário normal, haverá interesse suficiente. Biniam Girmay que no auge da sua forma pode ser igualmente forte, mas isso não é certo; a dupla da Cofidis Bryan Coquard e Axel Zingle; A dupla da Movistar Alex Aranburu e Ivan García Cortina; e mais outsiders no vice-campeão do ano passado Corbin Strong,Max Kanter e Marius Mayrhofer.

Trepadores - Numa categoria diferente, temos os trepadores. Estes homens terão muito mais hipóteses no GP de Montréal, mas a corrida apresenta algumas subidas aqui e eles podem atacar, ou possivelmente sprintar para um lugar menor. Com uma exceção: Tadej Pogacar. O esloveno não corre desde a Volta a França... Pode-se argumentar que, por vezes, ele não voltou na sua melhor forma, mas ao mesmo tempo é Pogacar, que pode atacar na subida final (como ele não tem mesmo nada a perder), mas mesmo num sprint ele pode ganhar contra esta competição. A UAE Team Emirates também tem Juan Ayuso e Tim Wellens como cartas fortes para forçar o ritmo ou atacar a corrida.

Matteo Jorgenson, Tobias Johannessen, Ilan van Wilder, Romain Bardet, Simon Yates e a dupla do Bahrein Pello Bilbao e Santiago Buitrago também serão corredores interessantes para ter debaixo de olo

Ciclistas de Clássicas - Muitos especialistas, na sua maioria puncheurs, a maioria terá mais hipóteses em Montreal. Alguns têm a possibilidade de terminar em alta num sprint, como Julian Alaphilippe, Andrea Bagioli, Patrick Konrad, Dorian Godon, Sergio Higuita, Axel Laurance, Neilson Powless, Matej Mohoric, Romain Grégoire, Edoardo Zambanini e o vencedor da Volta à Grã-Bretanha Stephen Williams.

A maioria tentará ter sucesso com um ataque tardio, no entanto, é uma tarefa muito difícil, mas alguém pode ter sorte com um bom timing. Nomes como Ben Healy, Alberto Bettiol e Valentin Madouas são de facto perigosos se tiverem a sua melhor forma aqui. Devemos também ter em consideração outras figuras fortes como Magnus Sheffield, Toms Skujins, Paul Lapeira, Max Schachmann, Alberto Bettiol e a dupla da Visma, Tiesj Benoot e Per Strand Hagenes. 

*** Arnaud De Lie, Tadej Pogacar
** Michael Matthews, Axel Zingle, Biniam Girmay
* Bryan Coquard, Corbin Strong, Matteo Jorgenson, Tim Wellens, Maxim van Gils, Julian Alaphilippe, Toms Skujins, Valentin Madouas, Ben Healy, Alex Aranburu, Stephen Williams, Alberto Bettiol

Aposta: Arnaud De Lie