ANTEVISÃO | Renewi Tour 2024 - Mathieu van der Poel favorito dentro de um pelotão de luxo

De 28 de agosto a 1 de setembro, o Renewi Tour oferece mais ação no World Tour. Na Bélgica e na Holanda, o pelotão irá enfrentar uma corrida por etapas de cinco dias, com oportunidades para os sprinters, contrarrelogistas e especialistas em clássicas. Fazemos a antevisão da corrida.

Cinco dias de corrida até ao famoso circuito de Geraardsbergen, com muitas subidas empedradas, um contrarrelógio de 15 quilómetros que pode ser decisivo para a classificação geral e três etapas que devem terminar em sprints coletivos - as bonificações também podem ser cruciais para o resultado final.

A corrida começa com uma etapa de 163 quilómetros de Riemst a Grote-Spouwen. Um dia com um sprint intermédio logo no início, e algumas colinas com um quilómetro verde inserido no meio já na última hora de corrida. No entanto, não é demasiado difícil e deverá terminar num sprint.

Talvez o dia mais importante para a classificação geral. O último dia é fundamental, mas aqui muitos ciclistas vão criar diferenças significativas entre si que podem não ser possíveis de colmatar mais tarde na corrida.

A etapa 3 é uma etapa plana, um clássico da região. Termina na cidade de Ardooie, que deverá acolher um sprint de pelotão compacto sem qualquer caraterística técnica séria.

O quarto dia de corrida em perfil é praticamente o mesmo que o dia anterior, mas na estrada o pelotão está agora na Holanda. O final em Aalter será bastante técnico e um grande desafio para os sprinters.

Finalmente, os ciclistas chegam à subida séria. O último dia do Renewi Tour, como de costume, tem lugar na cidade de Geraardsbergen e arredores. Com mais de 200 quilómetros de extensão, o circuito final prevê a subida do Muur de Geraardsbergen e do Bosberg em três ocasiões.

Esta é uma corrida muito dinâmica. Muitas vezes, o último dia de corrida em Geraardsbergen cria algumas diferenças com o seu circuito explosivo, mas muitas vezes não são enormes, ou, por outras palavras, muitos ciclistas chegam juntos em pequenos grupos. Isto significa que os segundos ganhos ou perdidos nos primeiros dias da corrida irão decidir muitas posições na classificação geral. O contrarrelógio será bastante longo para uma corrida de cinco dias e será um momento-chave da corrida, mas as bonificações ao sprint e os quilómetros verdes ao longo da semana podem realmente fazer a diferença quando chegar o final. É claro que vários ciclistas que mencionarei a seguir se enquadram em diferentes categorias...

Especialistas em Clássicas - Mathieu van der Poel será sem dúvida o homem mais marcado. A forma atual do Campeão do Mundo é desconhecida, mas de qualquer forma, ele será o homem mais seguido nos paralelos ou mesmo em qualquer outro lugar. A última etapa assenta-lhe muito bem e ele pode certamente ganhar a corrida, ao mesmo tempo que se pode defender no contrarrelógio. Mas uma corrida como esta é fácil de perder. Ele nem sequer terminou no Top 10 dos Jogos Olímpicos, apesar de parecer, por vezes, o mais forte...

Algumas equipas podem realmente usar os seus números para pressionar as equipas rivais, como a UAE Team Emirates com o forte contrarrelogista Tim Wellens (três vezes vencedor da corrida e campeão em título) e Nils Politt; A Visma, que conta com Olav Kooij como sprinter, mas sobretudo com Christophe Laporte e Tiesj Benoot para atacar as colinas; e as equipas francesas Decathlon (Benoît Cosnefroy e Oliver Naesen) e Groupama (Valentin Madouas e Laurence Pithie) que podem lançar um pouco de caos nas equipas rivais. 

Além disso, temos Matej Mohoric, que também é um ciclista talhado para esta corrida, visto que é sempre um perigo em todos os terrenos, Max Schachmann da BORA, que também pode fazer um contrarrelógio muito bom e entrar nas colinas já em posição forte, a dupla italiana Alberto Bettiol (que se estreia pela Astana) e o vencedor da Volta à Valónia Matteo Trentin; e alguns outsiders como Ilan van Wilder, Iván García Cortina e Axel Zingle que podem ser principalmente nomes a ter em consideração no dia montanhoso. 

Contrarrelogistas - O contrarrelógio será crucial na corrida, pois é suficientemente grande para que se criem diferenças e se possa correr de forma mais defensiva e tática nos paralelos. É certo que o tiro pode sair pela culatra para quem entrar na última etapa na liderança, mas para muitos outros, eles estarão na pole position para tirar partido de qualquer corte. A INEOS Grenadiers espera certamente tirar partido deste cenário, uma vez que entram na corrida com um forte Filippo Ganna, mas também com um Magnus Sheffield em forma... Ciclistas como Mikkel Bjerg e Stefan Bissegger também devem ser tidos em consideração.

Sprinters - Em seguida, alguns ciclistas que podem percorrer bem os paralelos, mas que podem ganhar vantagem devido aos segundos de bonificação nos sprints. Jasper Philipsen é o primeiro nome que me vem à cabeça, porque ele é realmente um grande ciclista de clássicas que deve ser capaz de obter muitas bonificações ao longo da corrida. Jonathan Milan é um ciclista incrivelmente perigoso: Ele pode fazer um bom contrarrelógio, está numa forma incrível ao sprint e honestamente eu não o descartaria nas etapas montanhosas...Olav Kooij, Arnaud De Lie e Biniam Girmay são todos excelentes cartas, mas o contrarrelógio pode deitar por água abaixo as ambições de vitória.

*** Mathieu van der Poel,

** Jonathan Milan, Filippo Ganna, Tim Wellens,

* Christophe Laporte, Jasper Stuyven, Valentin Madouas, Alberto Bettiol, Matteo Trentin, Magnus Sheffield, Jasper Philipsen, Arnaud De Lie, Biniam Girmay

Escolha: Mathieu van der Poel