Tudo sobre Remco Evenepoel

Remco Evenepoel é um ciclista belga que atualmente corre pela Soudal - Quick-Step. Ele é mais conhecido por ser o primeiro vencedor de uma Grande Volta do seu país em décadas e o atual campeão mundial de contrarrelógio, tendo também conquistado uma vitória na Liège-Bastogne-Liège. Ele é uma das principais figuras da modalidade, com uma das subidas mais meteóricas de todos os tempos no ciclismo, tornando-se profissional saído da categoria de juniores e chegando ao topo do mundo do ciclismo.

Nome: Remco Evenepoel
Aniversário: 25 de janeiro de 2000
Local de nascimento: Aalst, Bélgica
Tornou-se profissional: 2019
Altura: 1,71m

Remco Evenepoel nasceu em 25 de janeiro de 2000 na Bélgica, um país amante do ciclismo, na cidade de Aalst, e tem uma carreira particularmente interessante, diferente de quase qualquer outro ciclista do pelotão. Filho de um ex-ciclista profissional, Patrick Evenepoel, o ciclista belga só encontraria o seu talento para o ciclismo depois de jogar nas camadas jovens das equipas de futebol R.S.C Anderlecht e PSV Eindhoven. Aos 15 anos ele partiu a pélvis num jogo de futebol e depois começou a andar de bicicleta, percebendo seu talento. Aos 17 anos ele fez a transição entre as modalidades.

Remco Evenepoel tem contrato com a Soudal - Quick-Step até 2026 e acredita-se que tenha um salário entre 1 e 2 milhões de euros. Ele casou em outubro de 2022 com Oumaima Oumi Rayane, sua namorada de longa data, que é modelo e embaixadora da Specialized - as bicicletas nas quais Evenepoel corre. Ele carregou (e depois removeu) para o Strava os seus dados de potência da Volta ao Algarve de 2022, que revelaram que fez um esforço de aproximadamente 6,4W/Kg durante 38 minutos. Portanto, acredita-se que seu FTP esteja entre a faixa de 6,1-6,3 W/Kg.

Evenepoel tem um historial de quedas na sua ainda breve carreira. Recorde-se que partiu o nariz na primeira vez que correu fora da Bélgica, aos 17 anos. A queda que mais afetou sua carreira foi na Il Lombardia de 2020. Na descida do famoso Muro di Sormano, o belga bateu num muro e caiu de uma ponte. Foi uma experiência aterrorizante para todos os envolvidos – como mostram as imagens televisivas. Evenepoel sofreu novamente uma fratura na pélvis e uma contusão pulmonar. A recuperação foi longa e só voltou a competir 9 meses depois na Volta a Itália de 2021.

Quando começou a carreira na categoria de juniores Evenepoel conseguiu imediatamente deixar a sua marca . Em 2017, a sua primeira temporada competitiva, venceu algumas corridas tanto a nível nacional como internacional, mas foi a temporada de 2018 que realmente chamou a atenção de muitos. Naquele ano, Evenepoel foi de longe o júnior de maior sucesso e, de acordo com a classificação do FirstCycling, ele teve a temporada de maior sucesso de sempre registada por um ciclista júnior.

Nesse ano Evenepoel venceu 25 corridas, incluindo diversas etapas e classificações gerais. Numa ocasião venceu as duas etapas e todas as classificações em disputa no GP da Hungria Général Patton Juniors. Evenepoel foi duplo vencedor (corrida de estrada e contra-relógio) nos Campeonatos Belga, Europeu e Mundial. A característica mais impressionante, porém, foi como em quase todas as ocasiões ele vencia as corridas de forma isolada, sem qualquer adversário que lhe fizesse frente. No Campeonato Europeu ele chegou 10 minutos à frente do seu adversário mais próximo - hoje profissionais do World Tour - Alexandre Balmer e Carlos Rodríguez. Este talento nato atraiu a atenção de muitas equipas do World Tour e ele conseguiria um contrato de topo imediatamente, ignorando completamente as categorias de sub-23 - uma mudança que estimulou uma tendência que se está a tornar cada vez mais frequente no pelotão na actualidade.

Sob a proteção da equipa Soudal - Quick-Step e de Patrick Lefevere, ele teve a promessa progredir lentamente nas fileiras do ciclismo profissional. Ganhou a classificação da juventude na sua primeira corrida na Volta a San Juan e teve um calendário que evitada as corridas e pelotões maiores. Em junho de 2019 ele venceu a Volta à Bélgica depois de vencer uma etapa no seu estilo peculiar, com uma fuga a solo num dia montanhoso. Ele venceu novamente e da mesma forma a Artic Race em julho, preparando-o para sua primeira grande vitória como ciclista profissional. A Clásica San Sebastian, onde descolou na subida principal do dia, conseguiria recolar e atacaria do pelotão antes da subida final vencendo a corrida isolado. Na semana seguinte, ele venceu o Campeonato Europeu de contrarrelógio para depois terminar em segundo lugar nos Campeonatos do Mundo, confirmando o seu status já como um dos melhores do mundo na disciplina.

2020, o ano da pandemia, planeou fazer a sua estreia em Grandes Voltas na Volta a Itália. Foi um ano de corridas curto para Evenepoel, com apenas 23 dias, mas de grande sucesso, já que ao longo do ano ele só correu em corridas por etapas, quatro delas, e conquistou a classificação geral em cada uma delas - com vitórias em etapas alcançadas também em cada uma delas. Volta a San Juan, Volta ao Algarve, Volta a Burgos e Volta à Polóna. Dificilmente ele poderia ter imaginado uma temporada tão eficiente. No entanto os seus planos foram interrompidos na Il Lombardia, como mencionado acima, devido a um acidente que ameaçou sua carreira.

A recuperação foi lenta e demorada. A extrema pressão mediática tem feito constantemente parte da sua história ao longo dos últimos anos, com muitos a compará-lo a Eddy Merckx, e a estabelecer objectivos irrealistas para o jovem belga, um homem que só anda de bicicleta há alguns anos. Esta pressão fez com que ele voltasse às competições na Volta a Itália após uma pausa de 9 meses. Embora inicialmente tenha mostrado boa forma, na segunda semana de corrida começou a sentir cansaço e abandonou a corrida sem resultados visíveis. O seu talento permanecia inalterado, pois logo de seguida ele conquistava novamente mais uma Volta à Bélgica.

Mais tarde, naquele verão, ele ganharia a Druivenkoers – Overijse Classic, a Bruxelas Cycling Classic e a Coppa Bernocchi. Embora estivesse em boa forma, não conseguiria vencer, apesar de ter estado perto - com pódios nos campeonatos Europeu e Mundial de Contrarrelógio, e na Corrida Europeia de Estrada. A sua recuperação, porém, estava concluída e em 2022 Evenepoel mostrou a melhor versão de si mesmo. A sua temporada começou com uma vitória na Volta à Comunidade Valenciana, onde terminou em segundo lugar na classificação geral. Semanas depois conquistou uma vitória dominadora na Volta ao Algarve.

Muitos começaram a duvidar de suas qualidades como trepador, especialmente quando ele alcançou uma modesta 11ª posição na Tirreno Adriatico e, mais tarde, um quarto lugar na Volta ao País Basco. A sua preparação foi centrada em torno das clássicas da primavera. Na Liège-Bastogne-Liège onde conquistou uma vitória a solo após um ataque no topo de La Redoute. Logo depois ele venceu a Volta à Noruega para terminar fora do Top 10 na Volta à Suíça - apesar de ter vencido o contrarrelógio final. Logo depois ele venceria o campeonato belga de contrarrelógio. Porém, na segunda metade da temporada, Evenepoel mudou seu foco para a as montanhas, perdeu peso e preparava-se para a Volta a Espanha.

Ele conquistou mais uma vitória dominadora na Clásica San Sebastian, desta vez fazendo a diferença nas subidas. Ele era um estranho na Vuelta, no entanto, na primeira chegada em alto da corrida, ele teve um desempenho impressionante e assumiu a camisola vermelha. O que se seguiu foi uma corrida de três semanas onde Evenepoel mostrou uma nova versão de si mesmo, muito calmo e controlad, mesmo em momentos de pressão, consistente nas muitas chegadas em alto e sempre no controlo da corrida, mesmo quando caiu na segunda semana. Os sinais de fraqueza foram superestimados, pois na última semana ele resistiu a todos os ataques de Enric Mas e selou a primeira vitória da Bélgica numa Grande Volta em décadas.

Esta seria uma temporada quase perfeita para Evenepoel. Um terceiro lugar no contrarrelógio dos Campeonatos do Mundo de Wollongong de 2022, anteviam a corrida de estrada onde ele iria marcar a diferença. Novamente no seu estilo tradicional, os seus ataques levaram-no a isolar-se a 25 quilômetros do final e a conquistar a camisola arco-íris pela primeira vez como ciclista de Elite.

Em 2023 ele estava com a camisola arco-íris no corpo. Evenepoel teve foco absoluto nas corridas por etapas no início do ano e conquistou a vitória no UAE Tour. Foi uma vitória importante, e ele seguiu com um segundo lugar na Volta a Catalunha atrás de Primoz Roglic. No entanto, antes da Itália, Evenepoel defendeu o título na Liège-Bastogne-Liège com sucesso, atacando na Côte de la Redoute e conquistando uma vitória isolado. No Giro Evenepoel parecia em grande forma na semana de abertura, vencendo os dois contrarrelógios e segurando a camisola rosa após a etapa 9. No entanto, horas depois de vencer essa etapa, Evenepoel revelou ter testado positivo para a Covid-19 e foi forçado abandonar a corrida.

Evenepoel voltou às corridas logo depois e terminou em terceiro na Volta à Suíça, construindo forma para os campeonatos nacionais onde venceu a corrida de estrada. Ele então iniciou a preparação para um bloco final de objectivos. Ele conquistou a vitória pela terceira vez na Clásica San Sebastián e sua forma estva forte o o suficiente para chegar ao Campeonatos do Mundo na sua melhor forma, vencendo o contrarrelógio - derrotando Filippo Ganna e Joshua Tarling. Evenepoel chegou à Volta a Espanha com intenções de defender o título, contra uma Jumbo-Visma na máxima força.

Ele terminaria a corrida apenas em 12º lugar na geral. O seu objetivo de conseguir a camisola vermelha terminou na 13ª etapa, quando ele partiu o motor por completo nos Pirenéus. Venceu a etapa 3 em Arinsal e depois teve prestações de alto nível nas montanhas. Ele recuperou em grande estilo no dia seguinte para vencer a partir de uma fuga e com uma enorme diferença. Ele conquistou a classificação da montanha devido às muitas tentativas de fuga nos dias seguintes, que também incluíram o triunfo na etapa 18 para La Cruz de Linares.

Remco Evenepoel começou a temporada de ciclismo de 2024 com desempenhos destacados na Volta ao Algarve. A corrida portuguesa foi o cenário do seu primeiro grande triunfo do ano. Na quarta etapa, uma contrarrelógio individual, Evenepoel demonstrou suas excepcionais habilidades como contrarrelogista e venceu a etapa, marcando sua primeira vitória com a camisola arco-íris de campeão mundial de contrarrelógio. Essa vitória lançou as bases para a sua vitória na classificação geral final da Volta ao Algarve. Apesar dos fortes ataques de rivais como Wout van Aert, Evenepoel manteve sua liderança e assegurou a vitória.

Outro ponto alto da temporada para Evenepoel foi sua atuação na Volta a França. Ele conseguiu uma vitória impressionante na sétima etapa, um contrarrelógio individual que ligou Nuits-Saint-Georges a Gevrey-Chambertin. Com alguns dos melhores contrarrelogistas do mundo, como Stefan Küng e Victor Campenaerts, Evenepoel mostrou por que é considerado um dos melhores. A sua vitória nesse contrarrelógio permitiu-lhe recuperar tempo valioso sobre seus rivais na classificação geral, fortalecendo ainda mais sua reputação como um corredor de classificação geral.

Uma das atuações mais memoráveis de Evenepoel neste ano foi sua medalha de ouro no contrarrelógio individual nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ele bateu rivais fortes como Filippo Ganna e Wout van Aert, e deu à Bélgica sua primeira medalha de ouro nos Jogos. Essa vitória sublinhou mais uma vez suas excepcionais capacidades na disciplina de contrarrelógio e o estabeleceu como um dos melhores contrarrelogistas de sua geração.

Além de suas grandes vitórias na Volta ao Algarve, na Volta a França e nos Jogos Olímpicos, Evenepoel continuou a destacar-se consistentemente noutras corridas. As capacidades de se destacar tanto em corridas por etapas quanto em clássicas de um dia, tornou-o num ciclista versátil e formidável.

Um aspecto significativo para o sucesso de Evenepoel é o papel da sua equipa, a Soudal -Quick-Step. A equipa deu-lhe todo o apoio necessário e as estratégias que ajudaram Evenepoel a maximizar os seus desempenhos. A força coletiva e entreajuda foram claramente visíveis durante as corridas e tiveram um papel importante nas suas vitórias. A dinâmica dentro da equipa contribuiu para uma temporada bem sucedida tanto para Evenepoel quanto para seus companheiros.