As três etapas com chegada ao sprint ficaram para trás na Volta a Itália. Na 6ª etapa a corrida entra numa nova fase, os ciclistas da CG voltam a estar em destaque num dia marcado pelos sectores de gravilha e pelas estradas que são utilizadas na Strade Bianche - onde o atual camisola rosa Tadej Pogacar venceu confortavelmente este ano.
A etapa 6 será um dia muito complicado, que talvez passe despercebido a muitos. Depois de algumas subidas, haverá alguma definição na classificação geral, mas amanhã a tensão será muito alta. Tal como acontece na Volta a França, o Giro d'Italia também terá uma etapa em gravilha. Na Toscânia, em torno da cidade de Siena, que acolhe todos os anos a Strade Bianche, o pelotão vai encontrar um desafio muito diferente das etapas de montanha que decidirão a classificação geral.
O início é plano em Viareggio, mas depois de 70 quilómetros a situação muda, com algumas subidas ondulantes no menu. Todas as atenções estarão viradas para o grande sector de gravilha (que são dois, separados por apenas alguns metros de asfalto). A 50 quilómetros da meta começará o espetáculo na terra batida, com um sector de 4,4 planos a abrir as coisas. Logo a seguir, segue-se um com 4,8 quilómetros extensão que termina a 40 quilómetros do fim, no topo de uma subida de 2,5 quilómetros a 6%;
10 quilómetros seguidos de corrida em gravilha, com uma subida relativamente dura, serão suficientes para ver ataques, problemas mecânicos, furos ou cortes no pelotão. Aqui, a corrida poderá ficar completamente partida. O que se seguirá são estradas onde o sobe e desce é constante, são sinuosas... Difíceis para fazer uma perseguição, favoráveis para quem atacar a corrida.
O sector gravilha de 2,4 quilómetros em Pievina tem um sprint intermédio no seu final e é um sobe e desce constante ( novamente), apesar da sua curta extensão. É outra rampa de lançamento para ataques, ou para muitas coisas que poderão correr mal a alguns ciclistas. Depois, as estradas não serão planas, mas ainda assim, a subida mais dura do dia ainda estará para vir. Na pequena cidade de Serre di Rapolano são 700 metros a 10% e uma rampa de 22% até ao topo.
Uma pequena subida italiana brutal, onde poderão surgir mais ataques. O cansaço estará instalado nos ciclistas por esta altura e, a qualquer momento, poderão fazer-se diferenças. Isto acontecerá quando faltarem apenas 4 quilómetros para o final. Seguir-se-á uma pequena descida, mas ainda temos algumas subidas nos últimos quilómetros, incluindo uma subida em falso plano até à linha de meta.
O Tempo
O Tempo
Vento forte de nordeste. Isto irá criar um pouco de tensão no início do dia, uma vez que são possíveis cortes, com muito vento cruzado garantidamente para essa fase especifica do dia. Mais tarde, passa a ser mais um vento cruzado ao longo de muitos quilómetros, mas em estradas sinuosas, o que anula parte do efeito que o mesmo provoca nos atletas.
Os Favoritos
Tadej Pogacar- Vencedor da Strade Bianche, principal figura da corrida e o mais forte nas subidas. Apesar de ter sido batido na etapa inaugural por um ciclista que continua a ser perigoso, defendendo que Jhonatan Narváez terá um importante papel no apoio a Geraint Thomas nesta etapa. A corrida não é tão dura como a Strade Bianche, mas acreditamos que Pogacar terá o poder de deixar a concorrência para trás, seja no sector de gravilha ou na subida final. Num sprint, também poderá ganhar.
Luta pela CG - Conseguirá Pogacar perder a cor-de-rosa? Há quem questione se ele não iria "dar" a sua camisola por um dia ou dois. Defendemos que a UAE não costuma fazer isso e, pelo contrário, trabalham frequentemente mais do que o necessário. Por isso, é pouco provável que queiram dar muita liberdade a alguém. Mas mesmo que o fizessem, seria necessário um ciclista muito forte neste tipo de terreno que também estivesse suficientemente perto na classificação geral e a verdade é que não há muitos. Talvez Alexey Lutsenko, Mauri Vansevenant e Filippo Zana sejam ciclistas a considerar, pois com outros o fosso já está demasiado grande.
Enquanto nos concentramos em Pogacar, deverá haver uma luta interessante pela classificação geral no que toca ao pódio, onde há muitos concorrentes e, por isso, se alguns ciclistas tiverem problemas, outros estarão motivados para manter o ritmo elevado por forma a fazê-los descolar ou sofrer. No entanto, a maioria deverá querer ter um dia para salvar a sua classificação geral. Só conseguimos ver alguém como Romain Bardet a arriscar de longe... Geraint Thomas está em boa forma e gosta deste terreno, mas será que ele quererá tentar fazer alguma coisa. Referimos isto em relação aos sectores de gravilha. Na subida final, os ataques são prováveis, independentemente da situação da corrida, mas é difícil de prever como estará a corrida nessa altura.
Mas num dia como este também poderemos ver os ciclistas das clássicas a andar bem. Narváez - mencionado acima - é um exemplo de um ciclista que está a andar muito bem e a INEOS também tem Filippo Ganna que poderá atacar fora das subidas. Max Schachmann, Quinten Hermans, Julian Alaphilippe e Laurence Pithie são experientes e puncheurs bastante fortes, que se estiverem nos seus dias certamente poderão fazer diferenças.
Uma fuga também poderá ser bem sucedida. Atrevemo-nos a dizer que alguns dos ciclistas acima poderiam tentar fazer parte dela, enquanto alguns destes têm uma hipótese fora de uma fuga. Pense em Andrea Vendrame, Mikkel Honoré, Christophe Laporte, Matteo Trentin, Alessandro De Marchi... Com toda a honestidade, muitos outros ciclistas podem certamente fazer parte desta lista, mas tudo depende do papel que a equipa tem para eles para a etapa, das sensações que tenham no dia, da sorte para evitar contratempos e, em geral, de estarem no lugar certo à hora certa. Deverá ser um dia de corrida emocionante.
Previsão Volta a Itália 6ª etapa :
*** Tadej Pogacar
** Jhonatan Narváez, Laurence Pithie
* Geraint Thomas, Alexey Lutsenko, Romain Bardet, Filippo Ganna, Max Schachmann, Quinten Hermans, Julian Alaphilippe, Alessandro De Marchi
Escolha: Tadej Pogacar
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