De 12 a 18 de agosto, temos na estrada a Volta à Polónia. Esta corrida coincide com outras grandes provas do calendário, mas todos os anos apresenta uma lista de inscritos de qualidade, com todo o tipo de ciclistas. As sete etapas oferecem muitas oportunidades na única prova do World Tour que se disputa entre a Volta a França e a Volta a Espanha. Fazemos a antevisão da corrida.
Será uma semana de corrida na Polónia com sete etapas. Não haverá etapas de alta montanha, mas vários dias montanhosos, algumas oportunidades para os sprinters e um contrarrelógio que deverá ser fundamental para a decisão da classificação geral.
A corrida começa logo com uma etapa difícil. As duas primeiras etapas têm o mesmo final e ambas têm um final no topo de uma colina em Karpacz. Tudo no dia de abertura será em torno desta subida final, que tem 3,2 quilómetros de extensão a 6,5%.
O segundo dia de corrida é um contrarrelógio montanhoso, com um início bastante plano, mas com as mesmas duas subidas do dia anterior perto do final. É um dia muito aberto, com uma mistura de especialistas, puncheurs e trepadores que poderão sair-se bem neste esforço, que será fundamental para a classificação geral.
3100 metros de acumulado esperam o pelotão na etapa 3 da prova, o dia com o início mais difícil de toda a semana. A maior parte do acumulado aparecerá nas primeiras horas de corrida, com subidas constantes - algumas curtas e íngremes, outras longas e constantes... é um menu com todo o tipo de subidas. É mais um dia para os candidatos à liderança da classificação geral, com uma chegada no topo de uma colina com uma rampa de 900 metros a 8% até à meta.
A etapa 4 terá uma subida muito difícil logo no inicio da etapa, o que poderá motivar muitos ataques. A primeira metade da etapa é bastante dura e poderemos assistir a fugas com alguns nomes importantes, mas caso isso não aconteça, poderá levar ao primeiro sprint de grupo da corrida em Prudnik.
A cidade de Katowice acolherá a partida e a chegada da etapa 5, um dia que se prevê ser disputado apenas pelos sprinters, com um final técnico que será um desafio para os homens mais experientes.
A sexta etapa será a etapa rainha da corrida. Teremos algumas etapas importantes a percorrer até este dia, mas aqui os ciclistas enfrentam uma subida incrivelmente íngreme duas vezes, que chega aos 20%, com uma última passagem já nos quilómetros finais. Ainda assim, os ciclistas terão um final tradicional no topo de uma colina em Bukovina, com 4 quilómetros de extensão e cerca de 5% de inclinação média.
A corrida termina com uma etapa tradicionalmente disputada ao sprint na cidade de Cracóvia.
UAE Team Emirates - Os Emirados Árabes Unidos têm uma equipa muito forte, com muita profundidade. Curiosamente, eles não levam nenhum dos seus líderes ou trepadores de excelência, mas apresentam-se com uma formação que se concentra em números - como fazem com muitas corridas que não são do World Tour. A equipa vem com o vencedor da Volta à Áustria Diego Ulissi, Jan Christen que recentemente ganhou duas clássicas montanhosas e terminou no Top 10 da Clásica San Sebastián, Tim Wellens, que terá liberdade depois de uma grande Volta à França, o antigo vencedor da corrida Rafal Majka e Felix Grossschartner, que vem diretamente dos Jogos Olímpicos - um ciclista que pode fazer um bom contrarrelógio e subir bem. No geral, uma equipa forte, que vai atacar as etapas montanhosas, talvez para conquistar a vitória na classificação geral.
Jonas Vingegaard - A grande questão da corrida. O dinamarquês vem com o objetivo de vencer, pois ele afirmou-o, mas terá muito trabalho para o conseguir. Ele ganhou uma etapa aqui em 2019, a sua primeira como profissional... É um forte trepador, mas não terá subidas longas, como ele gosta, para poder fazer estragos. Ele precisará de ser capaz de suportar o possível caos dos dias montanhosos e esperar por um contrarrelógio ao seu melhor nível. Wilco Kelderman servirá de co-líder ou possivelmente domestique de luxo para tornar a corrida difícil quando mais importa.
Matej Mohoric & Pello Bilbao - Pello Bilbao foi terceiro aqui na última vez que correu em 2022 e Mohoric é o atual campeão. A Bahrain - Victorious é uma equipa com grande influência da Europa de Leste e está a utilizar as suas melhores armas para revalidar o título. O contrarrelógio não lhes é favorável, mas ambos os ciclistas são bastante agressivos e estão bem adaptados ao terreno montanhoso que terão de enfrentar, ambos têm também um sprint forte e... as bonificações são muitas vezes fundamentais nesta corrida.
Mads Pedersen & Thibau Nys - Normalmente não são dois ciclistas que lutam por vitórias em etapas, mas poderão ter de mudar de planos e fazê-lo. Mads Pedersen poderá lutar para obter bonificações na maioria dos dias, pode subir muito bem caso esteja na sua melhor forma - Aqui não haverá subidas longas - e também costuma fazer bons contrarrelógios. Poderá ser um outsider interessante... O contrarrelógio de Thibau Nys não é tão fiável, mas temos nele um "puncheur" que pode vencer nas etapas montanhosas e obter bonificações ao longo da corrida. Na sua melhor forma, ambos podem estar na luta pela vitória.
No terreno, temos outros ciclistas com capacidade para entrar na luta pela classificação geral. Com dias explosivos e montanhosos e as jogadas tácticas, podemos ter uma corrida muito aberta. Temos contrarrelogistas de qualidade como Magnus Sheffield, Tobias Foss, Lukas Nerurkar, Rune Herregodts, Raul García Pierna que podem depois defender-se nas subidas... Max Schachmann que é forte no contrarrelógio e nas subidas, e outros trepadores/puncheurs de qualidade como o duo da DSM Romain Bardet e Oscar Onley, Aurélien Paret-Peintre, Laurence Pithie e o duo da Jayco Lucas Hamilton e David Jesús Peña.
Previsão - Classificação Geral - Volta à Polónia
*** Diego Ulissi, Jonas Vingegaard
**Tim Wellens, Jan Christen, Pello Bilbao
*Magnus Sheffield Matej Mohoric, Felix Grossschartner, Laurence Pithie, Max Schachmann, Romain Bardet, Oscar Onley, Wilco Kelderman, Mads Pedersen, Thibau Nys
Escolha: Diego Ulissi
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