A Movistar relevou hoje o seu alinhamento para o Giro, um grupo focado nas vitórias de etapa e com
Einer Rubio, um habituè na Corsa Rosa, como carta para a classificação geral.
A formação espanhola teve um arranque de temporada forte, com ecos na comunicação social do país vizinho, mas essa chama foi-se apagando ao longo dos meses. Vamos aos números, são 5 vitórias, 16 pódios e 65 top 10 e um 13º lugar no ranking UCI, que apesar de modesto, não oferece motivos para preocupação.
Há que realçar, no entanto, que nenhuma das vitórias ocorreu no worldtour e nenhum dos 3 ciclistas que mais pontuou em 2025 estará presente nesta competição, reservando-se para a Volta a França. Dito isto, é hora de conhecer os 8 que vão defender as cores da equipa dos portugueses Ruben Guerreiro e Nelson Oliveira (ausentes) entre Durres e Roma.
Alinhamento da Movistar Team para a Volta a Itália
Orluis Aular
Jefferson Alveiro Cepeda
Davide Formolo
Lorenzo Milesi
Einer Rubio
Albert Torres
Esta Movistar continua orfã de um grande líder, desde a saída de Alejandro Valverde que não há um líder carismático, Enric Mas tem cumprido na Vuelta, mas quando o maiorquino não está presente, o buraco é ainda mais fundo.
Einer Rubio não está ao nível de 2024 e 2023, mas seguiu uma preparação semelhante a essas temporadas: 2 corridas por etapas, não tendo terminado nenhuma no top 10, mas sim no top 20, perfazendo um total de 16 dias de competição, competiu pela última vez a 19 de maio. Duvido que volte a repetir o top 10 do ano passado, até porque a concorrência é mais forte e a forma é uma incógnita.
Quintana estará focado em conseguir uma vitória de etapa, mas é necessário que se alinhem as estrelas para que o colombiano volte a ganhar numa grande volta, parece-me um cenário bastante improvável, mas tudo é possível no ciclismo.
Cepeda começou bem a temporada, com top 10 nas gerais da Volta à Comunidade Valenciana e do Gran Camiño, mas depois abandonou o Paris-Nice e não competiu mais desde aí. O que escrevi para Rubio, é válido para Cepeda, a sua condição física é desconhecida, em condições normais seria ciclista para lutar por uma etapa de montanha. Formolo está longe dos tempos áureos, espero combatividade e apoio aos colegas.
Barrenetxea pode mesmo ser a melhor opção de vitória para a Movistar, está em boa forma, comprovada pelo 3º lugar na Eschborn-Frankfurt, tem uma excelente ponta final e resiste bem nas subidas, ainda que, para ganhar terá que ser mais esperto que os rivais, pois há outros ciclistas com características semelhantes e mais qualidade, à cabeça Van Aert e Pedersen.
Aular é a aposta para as chegadas mais rápidas, vejamos como se comporta na segunda grande volta da carreira, ele que ainda não se adaptou totalmente ao escalão máximo do ciclismo. Torres e Milesi vão assegurar o trabalho nos terrenos planos.
Original: Miguel Marques