Armstrong fala sobre como é ser o centro das atenções da Volta a França: "Posso dizer-vos exatamente o que Pogacar estava a pensar"

Ciclismo
sexta-feira, 18 julho 2025 a 11:17
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Lance Armstrong costuma manter um registo relativamente contido no podcast The Move. Quando o tema é a Volta a França, são geralmente George Hincapie e Bradley Wiggins quem protagonizam os comentários mais acutilantes, com análises ousadas e por vezes provocadoras.
Contudo, após a impressionante demonstração de força de Tadej Pogacar na 12.ª etapa da Volta a França, em Hautacam, o texano não conteve o entusiasmo. A implosão completa de Jonas Vingegaard e do bloco da Team Visma | Lease a Bike abriu espaço para uma exibição imperial da UAE Team Emirates - XRG, e Armstrong parecia reviver os seus dias de glória no seio da US Postal, quando (com a ajuda de EPO diga-se) anulava qualquer tentativa de oposição com autoridade esmagadora. Tal como então, Pogacar também desmantelou por completo os seus rivais.
Na sua análise pós-etapa, Armstrong afirmou reconhecer com precisão o que se passava na cabeça de Pogacar no momento do ataque fulminante. O ex-campeão falou com prazer evidente, claramente deliciado com a exibição do esloveno, e até recorreu a memórias pessoais, evocando equipas espanholas como a ONCE e a Kelme, que, segundo as suas palavras, procuravam endurecer as corridas, apenas para serem “destruídas”.
Para Armstrong, a Visma acabou por facilitar a vida à UAE com uma abordagem tática excessivamente agressiva. A equipa neerlandesa assumiu o controlo durante grande parte da etapa, impondo um ritmo que desgastou os seus próprios elementos, enquanto os gregários de Pogacar beneficiavam da gestão passiva. “Estive na posição de Tadej Pogacar, com outra equipa a ditar o ritmo da corrida, e sei exatamente o que ele estava a pensar. Primeiro: ‘Obrigado, rapazes. Agora a minha equipa não precisa de fazer nada.’ Segundo, e mais importante: ‘Vou mostrar a estes tipos quem manda’”, disse Armstrong. “Eu já passei por isso. Quer fosse a ONCE, a Kelme ou a T-Mobile.”
As palavras do texano, ainda que carregadas de subtexto e nostalgia pelo seu próprio domínio, refletem uma admiração pela forma como Pogacar está a dominar esta Volta a França. E deixam implícita a ideia de que, à semelhança do que aconteceu na sua era, o controlo total de uma Grande Volta nasce tanto das pernas como da mente, e da leitura perfeita da corrida.
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