Let's watch this again because why the heck not? 😁 #TDF2024
A ASO chegou recentemente a um acordo para garantir que a Volta a França, a Vuelta a Espana e outras grandes corridas tenham transmissão televisiva livre, num acordo que foi fechado para vários anos. No entanto a partir de 2026 no Reino Unido, a Volta a França deixará de ser transmitida pela ITV, tendo feito um acordo exclusivo com a Discovery+.
Este tem sido um tema muito debatido desde o seu anúncio dada a falta de cobertura gratuita na Grã Bretanha, que funciona como uma porta de entrada para os adeptos ocasionais se interessarem de forma mais séria pelo ciclismo, como também pelos miúdos que vêem a Volta a França na televisão e sonham em tornar-se os próximos Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard ou Remco Evenepoel.
"Nos meus 23 anos de Volta a França, primeiro como repórter e nos últimos nove anos como comentador, vi a audiência crescer e depois diminuir", diz o repórter da Volta a França da ITV, Ned Boulting, numa coluna para a Bike Radar. "O pico de audiências, nem é preciso dizer, foi em 2012. Mas desde então tem vindo a diminuir lentamente na maioria dos anos, caindo consideravelmente (certamente maior do que quando comecei em 2003), mas já não é suficientemente grande para merecer a sua inclusão na programação."
Como tal houve uma certa falta de ímpeto por parte da ITV Sport para rivalizar com as grandes ofertas financeiras para fazer a cobertura da Volta a França. "É óbvio que a ITV precisa de gerar receitas publicitárias suficientes para financiar a produção dos programas, bem como pagar os direitos de transmissão, que têm sido cada vez mais elevados devido à pressão crescente dos serviços de subscrição. Era apenas uma questão de tempo até se chegar ao ponto de ruptura", explica Boulting. "Não há culpa de nenhuma das partes nesta negociação. A ASO tem o direito de vender a quem fizer a melhor oferta e a ITV não é uma instituição de caridade, nem recebe a taxa de televisão, o que por vezes pode justificar uma responsabilidade pública mais alargada para com o telespectador. O resultado final é que não houve uma audiência que justifique o investimento. É tão simples quanto isso".
"O mercado da televisão livre é consideravelmente maior do que qualquer audiência que os serviços de subscrição possam alcançar. A diferença entre aceder à corrida num canal de televisão de acesso livre como o ITV4 ou acrescentar mais uma subscrição às nossas contas no final do mês, que já são pesadas, é significativa", continua o comentador. "Tem-se argumentado que a base de subscritores da Eurosport foi, pelo menos em certa medida, construída pelas plataformas (incluindo a BBC) que promoveram o desporto junto de um público muito mais vasto. Não há forma de o saber e continua a ser apenas uma sugestão, embora seja uma teoria suficientemente lógica. É difícil saber quantos telespectadores da ITV, que não têm direito de voto, irão agora subscrever o Tour. Suspeito que serão muitos, mas não faço ideia de quantos".
"De qualquer forma compreendo como deve ter sido insatisfatório para a Eurosport, que faz um trabalho notável ao mostrar uma grande quantidade de corridas durante todo o ano, ter de partilhar os direitos da Volta a França. O Tour eclipsa absolutamente tudo o resto. É a corrida mais importante do calendário e para a grande maioria do público do ciclismo, é literalmente a única corrida do ano a que assistem. Mas, no final, a verdade amarga no centro desta triste reviravolta dos acontecimentos é esta: não nos preocupámos o suficiente. Nem por isso", conclui.
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