"Assegurem a corrida" - Richard Plugge pede aos organizadores da Vuelta que assumam o controlo da prova

Ciclismo
quarta-feira, 10 setembro 2025 a 9:00
richardplugge
A 16ª etapa da Vuelta a Espanha 2025 deveria ter terminado com espetáculo na subida final para Castro de Herville, mas um bloqueio de manifestantes pró-palestinianos nos últimos quilómetros obrigou os organizadores a interromper a corrida oito quilómetros antes da meta. A vitória ficou para Egan Bernal, que assim somou o seu primeiro triunfo em etapas na prova, mas o rescaldo foi dominado pela frustração da Team Visma | Lease a Bike, que voltou a ver a corrida perturbada por acontecimentos externos.

Plugge: “É lamentável, já é a segunda vez”

O diretor geral da equipa neerlandesa, Richard Plugge, não escondeu a insatisfação com mais uma etapa neutralizada: “É realmente lamentável que esta decisão tenha de ser tomada mais uma vez para garantir a segurança dos ciclistas. Enquanto os organizadores da corrida e a UCI permitirem que a Vuelta continue, presumo que também podem garantir que ela seja feita em total segurança.
Mas esta é já a segunda vez que têm de reconsiderar isso durante a corrida, o que tem impacto no resultado da prova. Gostaria de apelar mais uma vez ao público para que não interfira com os nossos corredores e com a corrida. Ao mesmo tempo, peço aos organizadores que façam tudo o que for possível para assegurarem a corrida, para que todos possamos desfrutar de uma luta emocionante na última semana da Vuelta.”
As palavras de Plugge espelham a preocupação de grande parte do pelotão: a prioridade é a segurança, mas a integridade desportiva da corrida está a ser colocada em causa.

Vingegaard: “Os adeptos mereciam um final emocionante”

O camisola vermelha, Jonas Vingegaard, saiu igualmente desiludido com a interrupção: “É uma pena que isto tenha acontecido outra vez. Toda a gente tem o direito de protestar, mas é uma pena que tenha de acontecer aqui e desta forma e que não possamos terminar a corrida. Isto não devia acontecer. A equipa trabalhou bem hoje e eu teria gostado de honrar o seu trabalho no final da corrida. É uma pena que os fãs espanhóis do ciclismo não tenham podido assistir a um final emocionante.”
O dinamarquês destacou assim as duas principais consequências: a impossibilidade de decidir a etapa em competição plena e a frustração dos adeptos que lotaram as estradas galegas.

Um problema recorrente

Esta foi já a segunda neutralização em menos de uma semana, depois da etapa 11 em Bilbau ter terminado sem vencedor devido a protestos semelhantes. Até a subida ao Angliru foi marcada por distúrbios, embora sem impacto no resultado final.
Apesar da promessa da organização de que a corrida terminará em Madrid, cada interrupção lança novas dúvidas sobre a segurança nas etapas decisivas. A própria classificação geral, decidida em segundos, pode ser profundamente afetada pela ausência de subidas que deveriam ser determinantes.

Entre estrada e bastidores

A Visma mantém Jonas Vingegaard no comando, mas vê-se obrigada a dividir a atenção entre os rivais na montanha e as ameaças fora dela. Para a equipa, e para todo o pelotão, a esperança é clara: que a última semana da Vuelta seja decidida por pernas e tácticas, e não por protestos e decisões externas.
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