Ben Hermans retirou-se do ciclismo profissional aos 38 anos. Não era desta forma que desejaria por fim à sua carreira, mas o ciclista belga não renovou contrato com a Cofidis este inverno e não conseguiu encontrar uma equipa onde pudesse continuar a sua carreira.
O próprio belga confirmou o facto ao jornal Het Belang van Limburg, afirmando que vai demorar algum tempo a processar toda esta situação. "Também acho que sim, especialmente nos primeiros meses. Já tenho algumas ideias sobre o que quero fazer no futuro, mas esses planos ainda não são muito concretos. Não me vou precipitar."
Hermans encerrou assim uma carreira de sucesso que o levou a conquistar 19 vitórias profissionais, incluindo triunfos na Volta à Áustria (duas vezes), Volta ao Utah e Artic Race of Norway. Hermans sempre se distinguiu como trepador e corredor de provas por etapas, embora a única vez em que lutou por uma geral numa Grande Volta tenha sido na Volta a Espanha de 2016, onde terminou em 14º.
Ele foi um dos vários ciclistas da equipa francesa que não conseguiu um novo contrato e não encontrou uma equipa, juntamente com Kenny Elissonde, entre outros. A equipa mudou bastante o seu bloco de ciclistas e o seu staff e, numa entrevista recente, Hermans explicou que, no final do ano, a maioria dos ciclistas da equipa estava a correr por si próprio, uma vez que já estavam a pensar no seu futuro fora da equipa.
"Também acabámos muitas vezes por estar numa situação em que a maioria da equipa não tinha contrato. Cada um corria por si", explicou. "Se depois tivermos de correr contra blocos fortes, não temos hipótese."
Poderia ter encontrado uma estrutura para trabalhar a um nível mais baixo, mas também explicou que, depois de tantos anos ao mais alto nível e nesta altura da sua carreira, não queria descer um nível, embora soubesse que ainda tinha pernas para ser competitivo com a Cofidis. "Compreendo perfeitamente que pode ser uma boa equipa para um jovem ciclista que quer crescer e aprender. Mas eu já não estou interessado nisso", explica. "Também sei muito bem quais são os perigos do desporto, já estive muitas vezes no hospital. Os sacrifícios não são um problema para mim, mas não vou continuar a correr riscos por um salário mínimo".