Bernard Hinault defende Pogacar sobre suspeitas de doping: "Estão a matar o ciclismo com estas insinuações"

Ciclismo
domingo, 20 abril 2025 a 9:00
bernard hinault
A impressionante sequência de vitórias de Tadej Pogacar nas mais variadas frentes do ciclismo — de Grandes Voltas a Monumentos — tem sido motivo de fascínio, mas também de desconfiança entre alguns sectores da modalidade. Contudo, um nome incontornável na história do desporto, Bernard Hinault, veio a público para defender o esloveno com firmeza e criticar o ambiente de suspeição que continua a pairar sobre o pelotão.
Em entrevista à RMC, o pentacampeão da Volta a França lamentou que sejam, mais uma vez, vozes francesas a colocar em causa o mérito dos feitos de Pogacar. “Porque é que são sempre os franceses a lançar dúvidas? É estranho, não é? Nunca são os espanhóis, os italianos ou os belgas. Somos nós que nos queixamos, e como não ganhamos, dizemos que os outros fazem batota.”
A reação surge depois de Jean-René Bernaudeau, diretor da TotalEnergies, ter manifestado publicamente o seu ceticismo sobre o domínio do líder da UAE Team Emirates. Para Hinault, este tipo de comentários são não só infundados, como prejudiciais: “É ainda mais terrível. Têm de parar. Estão a matar o seu próprio desporto. Podiam calar a boca de vez em quando. Sabe bem.”

Dois pesos, duas medidas?

Hinault questiona ainda a hipocrisia das suspeitas recorrentes com base na nacionalidade dos ciclistas. Usando o exemplo do compatriota Julian Alaphilippe, que brilhou em várias clássicas e foi campeão do mundo por duas vezes, o francês é claro: “O que diríamos se Pogacar fosse francês? Quando o Alaphilippe ganhou, alguém disse que havia dúvidas? Não. Parte-me o coração ouvir isto a toda a hora.”
Para o último francês a conquistar a Volta a França, o ciclismo atravessa um momento único — e Pogacar é parte essencial dessa era dourada. “Antes, sentava-me em frente à televisão só nos últimos dez minutos porque sabia que não ia acontecer nada. Agora, há uma tal luta entre estes campeões que nos fascina. Pensamos: ‘estes idiotas vão bater um no outro ou quê?’ E eles fazem-no!”
Com a sua franqueza habitual, Hinault coloca o dedo na ferida de uma cultura de suspeição que continua a assombrar o ciclismo francês — e deixa um apelo claro: valorizar o espetáculo, em vez de o sabotar com insinuações.
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