Hinault aplaude Pogacar: "É assim que se honra o ciclismo"

Ciclismo
terça-feira, 08 abril 2025 a 13:17
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São poucos os nomes que ainda hoje podem olhar para o palmarés de Tadej Pogacar de igual para igual. Bernard Hinault é um deles — e também um dos que mais se tem rendido ao talento e à ousadia do camisola arco-íris. A mais recente admiração do pentacampeão da Volta a França surge após a decisão surpreendente de Pogacar em alinhar no Paris-Roubaix, num movimento que apanhou o pelotão de surpresa e entusiasmou os puristas da modalidade.
"É uma notícia fantástica para o ciclismo", afirmou Hinault ao Ouest France. "Mostra que é o ciclista que toma as decisões, não a estrutura da equipa. E valoriza ainda mais o Paris-Roubaix, ao criar um novo duelo com Van der Poel."
Longe de ver a participação do esloveno como meramente simbólica ou como um ensaio para o futuro, o francês considera-o um verdadeiro candidato à vitória. “Claro que ele pode ganhar. Tem tudo o que é preciso para complicar a vida ao Van der Poel. Gosto do Pogacar porque não tem medo de nada. Ele ama as clássicas. Não entendo quem diz que é preciso ser pesado para ganhar em Roubaix. Eu também não era pesado... e ganhei. O que é preciso é ter destreza na bicicleta e saber voar sobre os paralelos."
A edição deste ano da Rainha das Clássicas promete ser memorável. Com Pogacar e Van der Poel empatados em 1-1 nos Monumentos desta primavera, a rivalidade está ao rubro. A eles juntam-se nomes como Wout van Aert, a atravessar uma primavera turbulenta, o incansável Mads Pedersen e um Filippo Ganna que tem sido uma força da natureza nas últimas semanas.
Sobre os perigos da corrida, Hinault desvaloriza qualquer receio. “É mais arriscado correr em Roubaix do que noutra clássica? Não creio. O Pogacar caiu na Strade Bianche, por isso já sabe que o risco está em todo o lado. Se ele quer correr, deve fazê-lo com alegria. E dar-nos espetáculo.”
Numa entrevista paralela ao Le Parisien, Hinault sublinha o que distingue Pogacar dos demais. “Ele é o mais parecido com o tipo de ciclista que eu fui, ou que o Eddy [Merckx] foi. Ataca em toda a parte — nas subidas, nas planícies, nos paralelos. Faz Grandes Voltas e Monumentos. É isso que o torna especial. Ele corre com o coração. E diz: vamos ver o que acontece.”
E é exatamente por isso que o mundo do ciclismo não tira os olhos de Pogacar. Porque com ele, cada corrida pode entrar na história.
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