Bjarne Riis acredita em Mattias Skjelmose mas gostava de ver uma mudança no estilo do dinamarquês: "Poder-se-ia ter desejado que ele fosse um pouco mais agressivo e ousasse mais"

terça-feira, 10 setembro 2024 a 13:05

Mattias Skjelmose correu para a classificação geral na Volta a Espanha de 2024 e é justo dizer que o talento da Lidl-Trek foi bem sucedido, levando para casa um top 5 e a camisola branca.

Mas será que as coisas poderiam ter sido ainda melhores para o dinamarquês de 23 anos? "Poder-se-ia ter desejado que ele fosse um pouco mais agressivo e ousasse mais", reflete o compatriota de Skjelmose e vencedor da Volta a França de 1996, Bjarne Riis, em conversa com o canal BT. "Mas também compreendo que ele tinha de levar para casa um resultado e que, por isso, era melhor andar em segurança. Isso pode ser facilmente aceite".

No futuro, porém, Riis acredita que Skjelmose não deve limitar-se a seguir as rodas e tentar ser mais protagonista nas etapas mais importantes. "Agora, para a próxima, ele sabe que consegue e então pode atrever-se a apostar um pouco mais. Afinal de contas, ele é um ciclista agressivo e exuberante, e tirou isso a si próprio ao andar tão defensivamente como o fez", observa o antigo atleta de 60 anos. "E isso é justo. Em sua defesa, provavelmente teria sido necessária uma equipa melhor."

Skjelmose terminou a Vuelta no 5º lugar a 5:49 de Primoz Roglic

"Ele provou que consegue aguentar três semanas a um nível elevado. Não teve nenhum dia em que se tenha deixado ir abaixo, como aconteceu com vários dos seus adversários", acrescenta Riis. "Este resultado foi superimportante para o seu futuro e vai dar-lhe muita confiança. Continuo a esperar que, a longo prazo, ele seja um ciclista mais forte, mais maduro e mais resistente. Uma vez que ele consegue fazer isso, acho que o futuro parece brilhante para ele. Com a robustez extra, ele pode, ao mesmo tempo, permitir-se introduzir um estilo de corrida mais agressivo."

"Neste momento, é claro, há um longo caminho a percorrer até ao pódio na Volta a França, mas o top 5 não é irrealista a longo prazo, e também é muito bom", conclui Riis. "No Giro ou na Vuelta, até acredito que ele possa ganhar uma vez no futuro, embora, claro, dependa de quem ele enfrenta. Se ele conseguir evoluir tanto nos próximos anos como evoluiu nos últimos dois, então não há muito a fazer. Tem o pacote completo. Consegue fazer um único arranque, subir uma colina e tem uma boa finalização nas últimas partes das montanhas, o que é bastante significativo em comparação com todos os outros."

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