Antes do final do ano,
Primoz Roglic fará 35 anos. Sendo já um dos mais velhos vencedores de sempre de uma Grande Volta, será que o tempo está a esgotar-se para o esloveno realizar o seu sonho e conquistar a camisola amarela na Volta a França?
"O Primoz continua a ser um ciclista muito ambicioso e, em termos de idade, começou a competir mais tarde do que os outros (era saltador de esqui). Para mim, isso é mais importante do que a idade real", explica um despreocupado diretor desportivo da
Red Bull - BORA - hansgrohe, Patxi Villa, em conversa com
AS. "Agora que tenho acesso e vejo os seus dados, este Primoz é muito bom e nada diz que esteja em declínio. Muito pelo contrário. Não sei se tem margem para melhorar, mas nada diz que ele esteja a caminho de um declínio ou de piorar."
Como ficou provado nas últimas três semanas em Espanha, Roglic ainda é mais do que capaz de competir por vitórias em Grandes Voltas, uma vez que conquistou a 4ª camisola Vermelha na
Volta a Espanha, a 5ª Grande Volta na carreira do esloveno. Roglic recuperou tempo em relação a
Ben O'Connor, que a certa altura tinha mais de cinco minutos de vantagem, cronometrando na perfeição a sua passagem para a camisola vermelha na etapa 19.
"O O'Connor fez uma grande corrida desde a sexta etapa em Yunquera. Foi bastante difícil, mas nunca perdemos a nossa forma de correr. O nosso objetivo continuava a ser o mesmo e, para dizer a verdade, não mudámos um milímetro", diz Vila sobre o plano da Red Bull - BORA - hansgrohe na Vuelta a Espana de 2024. "Teríamos corrido da mesma forma se o O'Connor não tivesse estado à nossa frente durante todos estes dias."
Roglic ganhou três etapas e a camisola vermelha na Vuelta a Espana de 2024
"A ideia era não nos esforçarmos. É verdade que o O'Connor aguentou um pouco mais do que o previsto, mas no final tínhamos tudo a nosso favor. As etapas 4 (Pico Villuercas) e 19 (Moncalvillo) foram as duas em que utilizámos a equipa e ambas terminaram com a vitória", continua Vila. "Muitas vezes planeia-se tudo e depois acontecem coisas (devido ao vírus que afetou a equipa nos últimos dias) e acabam exaustos como se tivessem deitado fora toda a Vuelta, mas o Roger Adrià, em Picón Blanco, conseguiu compensar as falhas do resto."
"No início da corrida, a relação foi, não sei se deva dizer difícil", conclui um Vila encantado. "Mas no final somos tantas pessoas novas que todos tivemos de nos atualizar um pouco para trabalharmos juntos. Todos contribuímos com o nosso grão de areia para esta vitória".