A rivalidade entre
Tadej Pogacar e
Jonas Vingegaard tem sido o grande eixo narrativo da era moderna da Volta a França. Porém, à entrada para a edição de 2025, é Vingegaard quem carrega o peso da prova. Depois de uma época dominada absoluta por Pogacar e uns primeiros meses de 2025 igualmente dominantes, o dinamarquês da Team Visma | Lease a Bike precisa de mostrar que ainda é capaz de destronar o esloveno.
O reencontro entre os dois acontece já este domingo, no
Critérium du Dauphiné, que se perfila como o último grande teste antes do Tour. Para Bjarne Riis, uma das maiores figuras do ciclismo dinamarquês, esta corrida pode revelar muito sobre o momento de forma de Vingegaard. “Não há dúvida de que Dauphiné dá uma forte indicação”, afirmou Riis ao BT.dk. "Mas não é decisivo, não sabemos como cada um deles se preparou, ou se estão a correr a 100%".
Se há alguém capaz de bater Tadej Pogacar nas corridas por etapas, esse alguém é Jonas Vingegaard
Apesar disso, Riis não hesita em apontar a exigência máxima a que Vingegaard será submetido se quiser voltar a vestir a Maillot Jaune em Paris. “Jonas era muito forte quando ganhou o Tour em 2023”, recorda. "Mas isso não é suficiente para vencer o Pogacar que estamos a ver hoje. Ele está num nível totalmente diferente agora, e a Visma precisa de perceber isso. Pogacar desenvolveu-se tremendamente".
Num confronto direto que se adivinha novamente épico, Riis sublinha que será preciso mais do que solidez: será necessário estar ao nível mais elevado de sempre. “Não tenho dúvidas de que Jonas se vai apresentar bem, mas se ele progrediu o suficiente em comparação com o ponto em que Pogacar estava há dois anos, essa é a verdadeira questão”, aponta. "Os dois não se defrontaram verdadeiramente desde então, não com ambos no seu auge".
Mesmo a edição de 2024, onde Vingegaard apresentou alguns dos seus melhores números em termos de performance, não convence Riis quanto à sua superioridade. “No ano passado, Pogacar só teve de defender-se, nunca esteve realmente sob pressão”, analisa. "Só no dia em que Jonas ganhou a etapa e mesmo assim, Pogacar estava fora da frente, cometeu um erro e não perdeu tempo".
Por isso mesmo, o Dauphiné pode ser decisivo para lançar o dinamarquês de novo como candidato número um. "Estou curioso para ver a quantidade de músculo que o Jonas recuperou e como está magro", observa Riis. "Uma coisa é subir bem, mas ele também precisa de uma musculatura forte. Isso só se consegue com treino e um esforço sério".
O que poderá ser mesmo decisivo, segundo Riis, é a explosividade. “A aceleração de Pogacar melhorou muito e isso pode ser o fator chave se estiverem empatados. Se Jonas não conseguir igualar o seu kick, Pogacar pode facilmente ganhar 10 segundos aqui, 20 segundos ali”, analisa o vencedor da Volta a França de 1996. “Nos contrarrelógios, penso que estão bastante equilibrados, partindo do princípio que Jonas tem um bom dia".