Caleb Ewan foi duas vezes segundo classificado na Milan-Sanremo e por isso pode, com um pouco de exagero, ser considerado um especialista na La primavera. O australiano, que recentemente se juntou à INEOS Grenadiers, não vai participar na edição deste ano, mas partilhou algumas ideias sobre a forma como um dos principais favoritos - Tadej Pogacar - deve abordar a corrida para melhorar as suas hipóteses de vencer.
A corrida na Cipressa (a penúltima subida do percurso) a toda a velocidade deve jogar a favor de Pogacar, mas é uma tática que tem saído mal ao esloveno nos últimos anos. Ewan fala sobre as hipóteses do esloveno na Milan-Sanremo no The Geraint Thomas Cycling Podcast. "Será difícil para Pogacar ganhar a Milan-Sanremo. Especialmente com os atuais ciclistas que estão entre trepadores e sprinters, como Van der Poel".
O final começa com a Cipressa, com o alto a pouco menos de vinte quilómetros da meta. "Normalmente, um ciclista como eu não teria de passar por estas subidas com os melhores, mas se estivermos bem posicionados na roda, pode ser muito mais fácil. O que também desempenha um papel importante: todos sabem que ele vai fazer alguma coisa e não há sítios na Milan-Sanremo onde se possa surpreender alguém."
Ewan também usaria uma tática diferente se fosse Pogacar. "O erro que ele cometeu no passado, na minha opinião, foi ter dificultado demasiado a corrida na Cipressa. Isso tornou a corrida entre a Cipressa e o Poggio muito fácil. Mais ciclistas foram deixados para trás, enquanto que a corrida para o Poggio é normalmente a todo o gás. Lembro-me de um ano em que estava a rodar com 500 watts na roda antes mesmo do Poggio começar."
A tática de Pogacar teve o efeito oposto, pensa Ewan. "A abordagem tornou-se mais fácil, o que fez com que os ciclistas que ele tinha de deixar para trás ficassem mais frescos. Na minha opinião, a sua melhor hipótese é ter calma na Cipressa e manter o maior número possível de colegas de equipa. E depois fazer uma aproximação com tudo ao Poggio."