O domínio de
Tadej Pogacar na categoria de melhor jovem ciclista da Volta à França chegou ao fim este ano, pois o esloveno fez 25 anos. A questão que se coloca agora é saber quem irá suceder ao líder da UAE Team Emirates.
Para Enrico Gasparotto, Diretor Desportivo da BORA - hansgrohe, os protagonistas na luta pela camisola branca no próximo ano serão
Carlos Rodriguez, da
INEOS Grenadiers, e o líder da
Soudal - Quick-Step,
Remco Evenepoel. "São, sem dúvida, os mais fortes candidatos", diz Gasparotto ao Bici.pro. "Também, porque não sei se o Ayuso irá ao Tour e, mesmo que fosse, o que é que ele faria?"
Embora a posição de Evenepoel como líder da Soudal - Quick-Step não esteja em discussão, a questão de quem irá liderar os INEOS Grenadiers na
Volta a França de 2024 está um pouco mais em aberto. Na opinião de Gasparotto, mais do que Tom Pidcock ou Geraint Thomas, Rodriguez é o grande destaque. "Pidcock também tem as clássicas em mente. Teremos de ver cuidadosamente qual o programa que ele vai fazer e o que quer realmente do Tour. Mas isso não significa que não possa melhorar numa perspetiva de futuro", explica. "Continuo a achar que Rodriguez e Remco são os dois primeiros candidatos a suceder à camisola branca de Pogacar".
Mas qual dos dois ciclistas acima mencionados prevalecerá? "Penso que Rodriguez tem mais hipóteses", responde Gasparotto. "Porque Evenepoel não tem medo de atacar e talvez isso o possa compensar em algum momento do Tour, tanto do ponto de vista tático como físico. Enquanto Rodriguez é um ciclista mais regular, corre de uma forma mais tradicional e está numa equipa líder em corridas de etapa."
"A etapa da gravilha não favorece nenhum deles", continua, esclarecendo a sua resposta. "Vejo-os a ambos em dificuldades e nenhum deles, no confronto direto, sairá vencedor ou vencido. Depois, depende da capacidade de recuperação de ambos. E isso não será fácil, porque eles terão de estar em forma desde o início. Ficar três semanas inteiras no "top-top" não é assim tão fácil. A camisola branca vai para aquele que não tiver dias maus".
Quanto aos outros concorrentes, Gasparotto não vê nenhum que lhe salte à vista. "Não, o Tour é tão duro, difícil e complexo na sua interpretação que não há lugar para surpresas", conclui. "Santiago Buitrago também pode estar muito bem, por exemplo, mas não o vejo tão bem como um Remco ou um Carlos Rodriguez." concliu.