Chris Froome propõe 'limitar o numero de dentes do prato grande da pedaleira': "As velocidades que se atingem com um prato de 60 podem ser superiores a 80 km/h"

A segurança no ciclismo é um tema que gera unanimidade, embora aqui e ali encontre anti corpos. O que poderá ou deverá ser feito, é algo que suscita bastantes opiniões divergentes. Para Chris Froome, uma decisão segura que deveria ser adoptada é a restrição ao numero de dentes do prato grande das pedaleiras, uma vez que ele vê o pelotão atingir velocidades absurdas nas descidas...

"Estamos a ver um ciclismo cada vez mais rápido e as corridas a serem disputadas de forma diferente, com mais stress, mais luta pelas posições e infelizmente estamos a assistir a cada vez mais acidentes graves", disse Froome numa entrevista à Gazzetta dello Sport.

"A dada altura penso que talvez tenhamos que discutir a possibilidade de limitar a progressão da tecnologia no ciclismo para ter em conta o aspecto da segurança. Pode ser algo tão simples como limitar o numero de dentes do prato grande da pedaleira que utilizamos, por exemplo."

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Há muito que se debate e melhora a introdução de novas medidas de segurança, mas compreensivelmente isso deve-se em grande parte aos acidentes que assombram o ciclismo. Ainda no ano passado, Andre Drege e Muriel Furrier perderam a vida enquanto competiam em provas da UCI. Para Froome, os avanços tecnológicos estão a induzir os ciclistas a velocidades mais elevadas, o que aumenta o perigo para todos no pelotão.

"Isto não quererá dizer que toda a gente vai passar a andar com pratos com medidas de juniores, mas talvez daqui a um ano ou dois já não vejamos tipos a chegarem ao sprint com um prato de 60 dentes, que é o que está a acontecer actualmente em algumas corridas", avisa. Para ele, deveria ser implementada uma linha vermelha para evitar que os ciclistas usem pratos ainda maiores, que continuarão a tornar as estradas planas e as descidas ainda mais rápidas do que na actualidade.

"As velocidades que se atingem com um prato de 60 podem ser superiores a 80 km/h e ainda podes continuar a pedalar. Talvez seja necessário estabelecer um limite. Não estou a falar de pratos de juniores, mas talvez um 56 ou 54 devam ser o limite, para manter as velocidades baixas nas descidas."

Froome também acredita que a aposta na contratação de ciclistas cada vez mais jovens, tenha como consequência um pelotão com mais ciclistas inexperientes, o que leva a que hajam acidentes com mais frequência. "Estamos a assistir a uma idade média no pelotão profissional cada vez mais baixa, o que significa que o nível de experiência também é muito menor. Talvez os tipos com menos experiência estejam a andar mais depressa e a correr mais riscos, o que também poderá ser um factor para os acidentes."

"É um problema um pouco louco porque, durante muitos anos, tentámos descobrir formas de sermos cada vez mais rápidos todos os anos. Tentámos melhorar a aerodinâmica, aumentar a potência através da nutrição, do treino, da formação e na verdade penso que tudo isso está a começar a funcionar agora", concluiu.

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