Comentador do Eurosport critica a "postura conservadora" da UAE na 11ª etapa: "Eles certamente podem apagar um possível incêndio interno, mas têm de o fazer já"

Ciclismo
quinta-feira, 22 maio 2025 a 5:00
richardcarapaz
A vitória de Richard Carapaz na 11.ª etapa da Volta a Itália marcou um ponto de viragem importante na corrida. O equatoriano da EF Education-EasyPost não só somou a sua primeira vitória em etapas nesta corrida desde que venceu o Giro em 2019, como também se posicionou firmemente na luta pela Camisola Rosa, graças a um ataque ousado e perfeito do ponto de vista táctico.
Michael Boogerd, comentador do Eurosport, descreveu a performance como “inspiradora” e destacou a coragem de Carapaz em lançar-se a solo ainda com muito da etapa por disputar. "Foi um ataque ousado, porque naquele momento ele ainda tinha um longo caminho a percorrer. Qualitativamente, uma vitória muito boa", observou.
O que surpreendeu Boogerd - e muitos outros - foi a resposta tímida, quase apática, da UAE Team Emirates - XRG. A formação dos Emirados, apesar de contar com quatro ciclistas no top-10 da geral e ampla superioridade numérica no grupo principal, limitou-se a controlar o ritmo e não reagiu com agressividade ao movimento de Carapaz. Isaac del Toro, que continua de rosa, até esboçou uma tentativa de perseguição, mas recuou ao perceber que Juan Ayuso não o acompanhava.
"Del Toro tentou, mas não quis continuar sem Ayuso. E Ayuso... olhou para trás, para Roglic", descreveu Boogerd. "A UAE podia ter colocado pressão sobre os rivais, especialmente sobre Roglic, mas optou por uma postura mais conservadora".
Carapaz isolado na frente após o seu ataque
Carapaz isolado na frente após o seu ataque
A UAE queimou McNulty e Adam Yates no esforço de controlo, mas ficou-se por aí. Para Boogerd, a hesitação dos Emirados pode representar uma oportunidade desperdiçada - e talvez um reflexo de uma hierarquia interna ainda indefinida. "Del Toro está de rosa e pode fazer o que quiser, por enquanto", afirma, mas a gestão dos egos vai tornar-se cada vez mais crítica. "Há muita astúcia na UAE. Eles certamente podem apagar um possível incêndio interno, mas têm de o fazer já".
No fundo, a etapa 11 deixou uma mensagem clara: Carapaz está de volta, com pernas, ambição e faro de vencedor. E se a UAE não afinar a sua liderança interna, poderá perder uma corrida que, à partida, parecia estar sob controlo.
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