Conheça os ciclistas que se estrearam a vencer em 2024: António Morgado, 6 ciclistas na Volta a Portugal, 4 em Grandes Voltas

2024 foi um ano de muitas caras novas no ciclismo. Muitos jovens que tinham o sonho de criança de se tornarem ciclistas profissionais ergueram pela primeira vez os braços em sinal de vitória nesta época. Enquanto que vários nomes que apresentamos podem (por enquanto) ser relativamente desconhecidos para a generalidade do público, também tivemos grandes nomes em destaque durante 2024:

A encabeçar a lista temos o único português do ano: António Morgado. Naquele que foi a sua época de estreia numa equipa World Tour, o jovem português de 19 anos mostrou todo o seu potencial conquistando não apenas uma mas sim 3 vitórias. Para efeitos estatísticos contabilizamos apenas vitórias em etapas, porque na realidade o António já tinha vencido em 2023 a classificação geral da Volta a Rodes, mas sem ter conquistado qualquer vitória de etapa na altura. António podia até se ter estreado mais cedo, não tivesse sido batido ao sprint por Laurenz Rex no Le Samyn (que foi também a primeira vitória profissional do jovem belga) e teve de esperar por um fantástico mês de abril em que depois de terminar em 5º lugar na Volta a Flandres (na sua primeira participação de sempre em Monumentos) conseguiu conquistar o Giro della Romagna. Uma semana depois seguiu-se também uma vitória numa Volta às Astúrias dominada pela sua UAE Team Emirates e, por fim, em junho sagrou-se também campeão nacional português de contrarrelógio.

E por falar em UAE Team Emirates, quem mais temos da formação numero 1 do mundo? A Emirates fez uma aposta forte em 4 jovens para o ano de 2024. Apenas Igor Arrieta ainda não conseguiu vencer ao serviço da equipa, os outros três ciclistas foram o já referido António Morgado e duas das grandes revelações da época de 2024: Isaac del Toro e Jan Christen. O mexicano foi inclusive o primeiro ciclista no lote dos estreantes, já muito se esperava do vencedor do Tour de l'Avenir de 2023 mas acho que poucos contavam que Isaac del Toro vencesse no Tour Down Under no seu segundo dia de competição. Seguiu-se também uma vitória na Volta às Astúrias onde acabou por conquistar também a classificação geral. Já o suiço Jan Christen estreou-se no Giro D'Abruzzo e continuou a onda de vitórias em duas clássicas de um dia no mês de julho revelando.

Já ao nível de World Tour, além de del Toro, 8 outros ciclistas também se estrearam ao mais alto nível. Na Volta a Itália apesar do domínio de Tadej Pogacar ainda houve espaço para Valentin Paret-Peintre e Georg Steinhauser vencerem cada um uma etapa de alta montanha em dois dias que foram dominados pelas fugas. Na Volta a França não houve nenhum ciclista estreante, o que também espelha o nível de exigência na maior corrida do mundo. Já na Volta a Espanha tivemos um caso semelhante ao do Giro, curiosamente com dois ciclistas de uma equipa ProTeam: Pablo Castrillo estreou-se e logo com duas vitórias em alta montanha, incluindo uma no mítico Cuitu Negru, e o seu companheiro de equipa Urko Berrade deu a terceira vitória à Equipo Kern Pharma. Já durante a Vuelta tivemos também o caso de Pavel Bittner que venceu ao sprint em Sevilha mas que aparece um pouco antes nesta lista uma vez que a sua estreia a vencer foi na Volta a Burgos, onde levou 2 etapas e a classificação por pontos.

Já nas restantes provas World Tour tivemos também os casos de Oscar Onley também no Tour Down Under onde venceu no famoso Willunga Hill e lutou pela geral até ao último dia. Por pouco não voltou a sentir o cheiro da vitória há poucos dias na Volta a Guangxi onde só um fantástico Lennert van Eetvelt acabou por o bater na duríssima subida de Nongla e o relegou também para 2º lugar na classificação geral. Derek Gee também foi uma das grandes revelações da época, mas não por ser desconhecido até porque em 2023 já tinha deixado a sua marca na Volta a Itália ao terminar 4 vezes em 2º lugar. Mas desta vez o canadiano que era até então tido como um ciclista de clássicas superou as expetativas de tudo e todos e acabou por vencer uma etapa no Criterium du Dauphiné terminando também em 3º lugar na classificação geral, e como se isso não bastasse em julho surpreendeu-nos novamente ao terminar em 9º lugar na Volta a França. Já por terras suiças encontramos provavelmente os dois nomes menos conhecidos a vencerem no World Tour. Maikel Zijlaard veuceu o prólogo de abertura da Volta à Romandia e deu à equipa da Tudor a sua segunda vitória de sempre a nível World Tour. Já Torstein Traeen venceu através de uma fuga na Volta à Suiça depois de ser o único a resistir à perseguição dos atacantes João Almeida e Adam Yates.

Ainda dentro do pelotão temos também outras caras conhecidas como Juan Pedro Lopez, um ciclista que já se destaca há bastante tempo depois de ter passado 10 dias de Camisola Rosa no Giro de 2022, que acabaria por terminar em 10º lugar. Só agora em abril obteve a sua primeira vitória de etapa na Volta aos Alpes. Já Joseph Blackmore é para muitos o futuro do ciclismo britânico e está a afirmar-se como líder dentro da Israel - Premier Tech depois de vencer na Volta ao Ruanda e mais tarde se ter sagrado o vencedor do Tour de l'Avenir 2024. Paul Lapeira registou um total de 5 vitórias durante a época incluindo uma vitória na Volta ao País Basco e o campeonato nacional francês. Alec Segaert também se estreou a vencer, curiosamente fora da sua especialidade que é o contrarrelógio, e mais tarde sagrou-se também campeão europeu de contrarrelógio de sub-23 curiosamente com um tempo de corrida melhor que o vencedor de elites Edoardo Affini.

Para terminar, destacamos também vários nomes que se estrearam a vencer na nossa corrida caseira: A Volta a Portugal. Entre os estreantes temos o vencedor final da prova Artem Nych que venceu em Boticas e em Viseu no contrarrelógio final selando a sua Camisola Amarela depois de uma reviravolta monumental na etapa da Senhora da Graça ao penúltimo dia, vencido também por outro estreante Abner Gonzalez. Também na etapa da Torre tivemos uma grande estreia com o guatemalteco Sergio Chumil a vencer na sua primeira época como profissional aos 24 anos. Também Tomas Contte, que era à partida tido como o sprinter mais forte do pelotão nacional conseguiu vencer e só não aconteceu por mais que uma vez devido ao mau posicionamento no sprint em Marvila que acabou por ser vencido pelo seu companheiro de equipa que o ia lançar: German Tivani, que eventualmente venceu a classificação por pontos. Alem deles também Francisco Peñuela da Radio Popular - Paredes - Boavista venceu, e precisamente na terra do seu patrocinador, bem como Hugo Scala Jr que bateu Fábio Costa na chegada a Bragança num dia de transição onde a fuga reinou.

Para todos os que se estrearam, que sejam as primeiras de muitas vitórias e que nos continuem a proporcionar um excelente espetáculo na estrada.