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A época de transferências abre oficialmente a 1 de agosto de cada ano e embora a maior parte delas seja conhecida, algumas transferências já foram tornadas públicas. Nestas conversas com pedal falamos sobre as movimentações de mercado mais proeminentes dos primeiros dias, incluindo as de Simon Yates, Jhonatan Narváez, Ben O'Connor e muito mais.
A principal transferência destes primeiros dias é a de Simon Yates para a Team Visma | Lease a Bike. Já há alguns meses que se falava nisso (tal como a maioria dos elementos desta lista) e parecia uma jogada lógica para ambas as partes. O britânico já tem muitos anos de liderança na Jayco, liderou e venceu Grandes Voltas, ganhou etapas em todas elas... Conseguiu o que lhe era possível nesta estrutura pela qual corre desde 2014. A mudança era esperada. No ano passado, fez a sua melhor Volta à França de sempre, terminando em quarto lugar, apesar da Jayco ter deixado de se dedicar muito a estas provas nos últimos anos.
Depois de ver a evolução de outros trepadores e as palavras positivas de quem se junta à Visma, Yates também se mudou para descobrir se ainda poderá melhorar. O seu irmão Adam subiu de patamar desde que trocou a INEOS pela UAE, e Simon poderá experimentar um crescimento semelhante numa equipa que se concentra mais nos detalhes. É uma situação vantajosa para ambas as partes, uma vez que Simon deverá continuar a ser líder em algumas corridas e a Visma recebe um novo trepador para apoiar Jonas Vingegaard.
A saída de Primoz Roglic e a longa lista de lesões desta época puseram a nu as debelidades da equipa. Apesar de ainda apresentarem um alinhamento muito consistente para a Volta a França, Matteo Jorgenson e Wilco Kelderman não foram suficientes para fornecer o poder de fogo necessário para a Visma colocar a UAE (de Adam Yates e João Almeida nas montanhas) sob pressão. As equipas mais fortes continuam a ficar mais fortes e essa tendência é bem visível. Esperamos que Yates melhore ou, pelo menos, tenha o seu nível de forma mais alto de forma mais consistente e talvez se torne um novo Sepp Kuss para Vingegaard.
A Visma também contratou outro chefe de fila, neste caso da Cofidis: Axel Zingle. Uma transferência um tanto ou quanto invulgar para a Visma, que se concentra muito nas Grandes Voltas e tem um bloco muito forte e consolidado para as clássicas empedradas. Zingle não é um ciclista que se encaixe em nenhuma das duas. É um dos melhores marcadores de pontos UCI para a equipa francesa, um homem com um sprint forte e que pode ter um bom desempenho em corridas de um dia. Uma transferência interessante... Pensamos que, tal como Matteo Jorgenson, a equipa também encontrou um ciclista de enorme talento que não está a ter um bom apoio, o que o limita, e pode transformá-lo num ciclista semelhante ao seu compatriota Christophe Laporte.
A INEOS Grenadiers está numa espiral descendente. Ainda hoje foi revelado que Dan Bigham deixará a equipa devido a uma clara falta de liderança e a más decisões que limitam o seu potencial. A equipa perdeu Richard Carapaz, Adam Yates, Daniel Martínez, Dylan van Baarle e outros dos seus líderes nos últimos anos e não os substituiu por ninguém capaz de liderar a equipa. A equipa concentrou-se muito nas provas de contrarrelógio com Filippo Ganna e Joshua Tarling, admitimos que tiveram muito sucesso, mas nas Grandes Voltas dependem agora completamente de um jovem Carlos Rodríguez, enquanto Egan Bernal e Tom Pidcock absorvem uma grande parte do orçamento da equipa sem terem resultados (na estrada!) para mostrar.
A equipa tem o mesmo orçamento de outrora, mas já não consegue acompanhar a ascensão da UAE Team Emirates e da Team Visma | Lease a Bike. Nem sequer tem uma equipa de sub-23, numa altura em que as equipas rivais contratam quase todas as grandes estrelas sub-23. Em vez disso, a equipa contrata jovens de 18/19 anos e, em alguns casos (como Theodor Storm), o ciclista foi contratado e nem sequer corre com a equipa. Esta é uma receita para o desastre a curto prazo. Não, a equipa não está num buraco negro, pois permanece nas primeiras posições da classificação da UCI, mas não está nem por perto do nível dos anos 2010 e, mais importante ainda, a diferença está a aumentar de forma galopante para as novas equipas de topo.
A mudança de Narvaéz é o exemplo perfeito disso. O equatoriano é um ciclista que assinou em 2019 pela equipa e que se transformou num brilhante puncheur e num ciclista de clássicas, capaz de bater até Tadej Pogacar, como aconteceu este ano no Giro. Mas no final de 2024 deixará a equipa e ruma para a ...UAE Team Emirates. Uma equipa onde não terá tanta liberdade. A mudança de Narváez é confusa, uma vez que ele não irá ter uma posição de líder, numa equipa com Pogacar e outros ciclistas de clássicas fortes. Mas ao olharmos para a evolução de ciclistas depois de se mudarem para a UAE e para a Visma, justificar-se-á. Entretanto, a INEOS estagnou e não tem na manga qualquer transferência que lhes possa dar o que Narváez deu este ano.
A UAE também fez uma grande aposta em Florian Vermeersch, um dos ciclistas que deixou a Lotto Dstny, que se debate atualmente com o problema relativo aos seus patrocínios. A Lotto terá este problema futuramente uma vez que está a desenvolver muitos talentos, mas não tem dinheiro para os manter (estamos a olhar para Lennert van Eetvelt e Jarno Widar, principalmente). No entanto, Vermeersch sofreu graves lesões este ano e é uma aposta para os Emirados Árabes Unidos, mas acreditamos que uma vez recuperado, justificará a mesma. Tal como Nils Politt, Vermeeersch foi vice-campeão na Paris-Roubaix e é um rouleur e ciclista de clássicas forte, também capaz de apoiar a equipa nas Grandes Voltas. A equipa ficcou satisfeita com o desempenho de Politt e está a tentar encontrar uma nova versão do alemão.
O'Connor para a Decathlon foi uma transferência que, à partida, me pareceu bastante estranha, mas que funcionou bem. Uma equipa francesa tradicional apostar todas as suas fichas num ciclista australiano não é certamente a história mais comum no ciclismo, mas foi o que aconteceu neste caso e ele provou que o investimento valeu a pena, terminando em quarto lugar no Tour de 2021. Nos anos seguintes a equipa concentrou-se totalmente, em algumas ocasiões, nas ambições de O'Connor no Tour, apesar de, por vezes, não sentir que precisasse de se empenhar tanto nesse objectivo, mas sim em dar prioridade às vitórias em etapas. A Decathlon fez tudo o que estava ao seu alcance para O'Connor ter resultados, mas acabou por haver uma mudança e as relações entre ambos chegaram ao fim.
O australiano de 28 anos não perdeu qualidade, mas no atual espetro de desenvolvimento de um ciclista para Grandes Voltas, um Top 10 é o melhor que poderá almejar numa Volta a França e um Top 5 será o melhor que pode conseguir numa outra Grande Volta. Não são resultados que justifiquem um alinhamento totalmente focado numa Grande Volta. Foi sétimo na Vuelta de 2022 e quarto este ano no Giro. Na nossa opinião, conseguir um lugar mais alto nunca seria realista. O Giro foi o ponto alto de O'Connor e se ele quiser alguma vez terminar no pódio, terá de mudar de equipa. Não cremos que a Jayco seja o destino perfeito...
Um ciclista australiano numa equipa australiana... Uma Jayco a precisar de um novo líder, que seja trepador, para as Grandes Voltas, uma vez que Simon Yates foi confirmado como estando de partida para a Visma... O contrato de O'Connor também está a terminar.... Todas as peças do puzzle se encaixam. Continuará a concentrar-se nos resultados nas Grandes Voltas? Talvez, mas tal como Simon Yates, pode muito bem concentrar-se também nas vitórias em etapas. Se o conseguir na Vuelta, terá ganho nas três GV. A Jayco não coloca grande ênfase no apoio aos seus homens para a CG nas montanhas, pelo que não terá a pressão que teve na Decathlon, onde era o unico líder.
Amante do ciclismo, apaixonado pelas subidas e pelos ataques... Depois de 10 anos na Cofidis, Martin sai da equipa onde ganhou popularidade e cresceu como ciclista. Terminou no Top 10 ou perto dele em todas as Grandes Voltas, porque é a sua paixão, isto apesar de não conseguir subir tão bem como os trepadores modernos. A sua luta por esses resultados nas Grandes Voltas é sempre algo que gostamos de ver e a sua postura constantemente agressiva nas corridas (quer seja nas montanhas ou em colinas) já lhe valeu bons resultados. Mas na Cofidis estava limitado. A equipa está no fundo da tabela do World Tour e tem uma estrutura tradicional. Não é algo de mau, por assim dizer, mas faz sentido que ele queira sair e descobrir se ainda pode melhorar como ciclista aos 31 anos.
Após o Tour, Martin revelou que não correu com um GPS. "Que pinta", dirão alguns... Mas a razão é muito agradável: "As nossas bicicletas pesam 7,7 quilogramas, mais um quilo do que o peso permitido pela UCI. Não quero ficar com a minha bicicleta ainda mais pesada com um GPS", afirmou. Não podia ser mais óbvio que ele estava descontente com o equipamento que tinha em comparação com os seus rivais e que a sua decisão de correr sem GPS e sem medidor de potência se devia ao facto de não querer deitar mais achas para a fogueira (neste caso, a desvantagem do peso da bicicleta). Posteriormente voltaria atrás nas suas declarações, mas qualquer pessoa pode afirmar que as suas palavras forma simplesmente para proteger os patrocinadores da equipa - a defesa mais lógica, pois as suas afirmações iniciais já não podiam ser apagadas.
Martin vai mudar-se para a Groupama, que vai perder Lenny Martínez, depois de também ter perdido Thibaut Pinot. Martin pode ser o ciclista mais parecido com Pinot em termos de estilo de corrida e popularidade em França ( a par de Romain Bardet). Uma raça de ciclista em extinção, que ainda dá prioridade às corridas apaixonadas e de ataque em detrimento das corridas mais eficientes e lógicas. Por vezes funciona incrivelmente bem. Ver Guillaume com uma camisola azul na próxima época será um choque para o sistema, mas talvez seja disso que ele precisa para dar o próximo passo, quer continue a apontar para o Top 10 ou para vitórias em etapas.
A transferência de Teuns para a Cofidis era algo que ninguém esperaria, pelo menos dos nomes conhecidos até agora e dos que constam desta lista. É uma transferência interessante, mas será que irá resultar em alguma coisa? Teuns estava no lugar perfeito na Israel, tendo uma equipa que se concentrava nele e o valorizava, apesar da idade (32 anos) e do nível que não é tão elevado como nos seus primeiros anos (na nossa honesta opinião). Claro que também será um líder na Cofidis, mas terá exatamente o mesmo papel que tem na Israel e não terá ou contará com mais apoio. Em termos salariais, não podemos comentar esta transferência, mas imaginamos que a Cofidis tenha feito uma oferta alta. A equipa francesa perderá Guillaume Martin e Axel Zingle e acreditamos que irá contratar mais ciclistas, uma vez que a transferência de Teuns não promete compensar as duas saídas.
A Cofidis foi rápida a anunciar outras transferências, incluindo Valentin Ferron e Sylvain Moniquet e estabeleceu contactos iniciais com alguns outros ciclistas. Estão concentrados na mudança, mas receamos que precisem de um novo líder, com características diferentes. Esperemos para ver. Teuns esteve muito forte na Volta à Flandres deste ano, mas se quiserem manter-se no nível World Tour vão precisar que o belga seja mais consistente do que tem mostrado nos últimos anos.
Uma transferência que já era do conhecimento publico. A BORA vai ter um grande impacto no mercado de transferências este inverno. Jan Tratnik, Laurence Pithie e Oier Lazkano estão entre os nomes que deverão ser confirmados publicamente pela equipa alemã, enquanto que outros nomes como Tom Pidcock e Remco Evenepoel estão debaixo de olho da equipa que teve um enorme aumento de orçamento. Depois de ter contratado Primoz Roglic, a equipa não parou e acelerou o ritmo de contratações. A única contratação confirmada até ao momento é a de Giulio Pellizzari.
Vindo da Bardiani, a equipa que viu Giulio Ciccone desenvolver-se de forma semelhante há alguns anos, não foi surpresa o seu salto para o nível World Tour. Um trepador muito forte e promissor, era apenas uma questão de tempo até que o seu contrato terminasse e várias equipas de topo lhe oferecessem um salário muito superior e uma oportunidade de correr ao mais alto nível durante todo o ano, com uma estrutura mais moderna. Vai perder a sua posição de liderança na equipa, mas isso não será um problema para o jovem de 20 anos de puro talento. Já conseguiu muito bons resultados nas camadas jovens, mas o mais notável foi quando terminou em segundo lugar no Tour de l'Avenir atrás de Isaac Del Toro o ano passado. Olhando para o nível que o mexicano apresentou este ano, já se pode ter uma ideia do nível do italiano.
Mas isto não é segredo nenhum. Estava a fazer um Giro modesto até entrar na última semana, onde terminou em segundo lugar no Monte Pana e, o que é mais impressionante, em sexto lugar na etapa que subiu duas vezes ao Monte Grappa. O italiano fez uma exibição soberba e só Tadej Pogacar o conseguiu ultrapassar na última subida à mítica montanha italiana. Aos 20 anos, foi incrível a força com que pedalou na última semana de uma Grande Volta. Mas, ao longo de 2023 e 2024, teve um desempenho muito bom em provas de uma semana e o seu talento é inegável. A BORA tinha o dinheiro e assegurou um dos melhores trepadores do futuro, numa estrutura que parece gerir muito bem as suas muitas estrelas.
Por último, temos as contratações da INEOS Grenadiers. Já muito se falou sobre a equipa britânica, que perderam ciclistas no mercado, mas também contrataram dois. Eles continuam muito longe do que precisam para recuperarem o seu melhor nível. Temos sentimentos muito contraditórios em relação a estas mudanças. Temos o Bob Jungels, um homem forte e consistente no final da década de 2010, que não acompanhou a evolução dos últimos anos. Pode, na melhor das hipóteses, ser um novo Laurens de Plus, mas se não atingir o seu melhor nível, será um domestique como alguns outros que a equipa tem. É um bom ciclista, mas a equipa tem dinheiro para contratar grandes ciclistas e novos líderes e estes dois não preenchem nenhum desses requisitos.
Langellotti será mais um dos futuros domestiques da equipa. No entanto, "defendemo-lo" das críticas que temos visto à equipa nas redes sociais por causa da sua contratação, desde que surgiram rumores há algumas semanas. "Porque é que estão a contratar este tipo", temos lido muitas vezes... A razão é simples, pois a INEOS está sedeada durante todo o ano entre Nice e Mónaco. Langellotti é o primeiro ciclista do Mónaco a correr ao nível do World Tour e é provavelmente um rosto familiar para muitos dos seus novos colegas de equipa. Trata-se, portanto, de uma transferência compreensível. No entanto, a INEOS tem de melhorar o nível das suas contratações e atrair nomes mais sonantes, caso contrário, irá afundar-se cada vez mais, ficando com uma equipa mediana no seio do pelotão.
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