Benoît Cosnefroy voltou a erguer os braços numa chegada ao estilo que melhor conhece: em subida, ao sprint, no seio do calendário francês. O puncheur da Decathlon AG2R La Mondiale triunfou pela terceira vez no
Grand Prix du Morbihan, assinalando um regresso altamente simbólico após um longo período de lesão. De realçar que
Ruben Guerreiro terminou no top 10 desta corrida.
"É simbólico vencer aqui pela terceira vez, tem um significado especial. É um grande alívio. Foram oito meses muito difíceis e todo esse trabalho e sofrimento vêm agora à superfície", confessou Cosnefroy ao L'Équipe. "Sabia que voltaria, mas não fazia ideia de quanto tempo iria demorar até reencontrar o meu nível".
O francês de 29 anos foi forçado a adiar o arranque da sua época devido a uma lesão persistente no joelho, que o afastou de toda a primavera. Só reapareceu na Volta à Romandia, no final de abril, e já na Boucles de l’Aulne, onde foi segundo atrás de Lewis Askey, deu sinais promissores. Em Morbihan, confirmou o regresso à melhor forma, vencendo com autoridade numa chegada em rampa.
"Nunca escondi nas entrevistas que acreditava que o esforço seria recompensado. Mas não esperava que acontecesse tão depressa", explicou Cosnefroy. "Não podia ter sonhado com um regresso melhor".
Com a Volta a França no horizonte, e um percurso favorável aos puncheurs nas primeiras etapas, a sua presença poderá ser um trunfo importante para a equipa.
O campeão nacional francês, Paul Lapeira, também realçou o impacto emocional da vitória: "Compreendo perfeitamente as lágrimas do Benoît. Passou por momentos muito difíceis. No fim de contas, somos humanos, não máquinas".
Já o diretor desportivo Cyril Dessel foi mais longe: "O Benoît é, para mim, um dos melhores puncheurs do mundo. Esta vitória não é apenas mais uma, é um feito enorme tendo em conta o que passou para a alcançar"