A
Team Picnic PostNL continua a resistir no World Tour, mas o seu posicionamento no mercado segue desfavorável, talvez mais do que nunca. A equipa teve um grande salto com Oscar Onley este ano, quarto na Volta a França, mas já corre o risco de o perder apesar do contrato de longa duração que foi assinado. A isto soma-se o facto de não ter contratado nenhum novo líder, ter perdido Tobias Lund Andresen e ver Romain Bardet retirar-se.
Johan Bruyneel aponta diretamente ao team manager Iwan Spekenbrink, no podcast The Move, acusando o dirigente neerlandês de ser, de certa forma, um “negociante” no pelotão. “Muitos ciclistas da sua equipa saíram ainda com contrato. Tom Dumoulin, Marc Hirschi, Marcel Kittel… Ele recebe muito dinheiro pelas transferências de ciclistas com contratos em vigor para financiar a equipa, ou talvez o tenha metido ao bolso, não sei”, dispara Bruyneel, sem meias-palavras.
É, no entanto, uma situação que marcou a história da equipa, com várias saídas inesperadas a travarem repetidamente a ascensão para o topo. Apesar de ter contado com líderes fortes e, em certos momentos, de desenvolver corredores de nível excecional, o fim prematuro das suas passagens lançou contratempos sucessivos. Alguns contratos foram quebrados sem que se tenha percebido qualquer benefício público para a equipa neerlandesa.
Fabio Jakobsen venceu apenas uma corrida desde que chegou à Team Picnic PostNL
Em 2024, a equipa contratou 10 ciclistas, mas o sucesso foi praticamente nulo. Fabio Jakobsen nunca atingiu um nível elevado e apenas Frank van den Broeck proporcionou um momento memorável no dia de abertura da Volta a França desse ano. Em 2025, as chegadas de Robbe Dhondt, Juan Guillermo Martínez e Bjorn Koerdt pouco impacto trouxeram.
Contudo, apesar das saídas dos líderes, a equipa não melhorou a sua política de mercado para 2026. As sete entradas (James Knox, Timo de Jong, Dilon Corkery, Mattia Gaffuri, Frits Biesterbos, Oliver Peace e Jeri-François Renard-Haquin) dificilmente terão impacto no World Tour. Apenas um dos ciclistas não vem do escalão continental e só um provém da formação de desenvolvimento da própria equipa.
“Custa-me entender. Tens estrelas na equipa e consegues grandes patrocinadores como a DSM, a Firmenich, e por aí fora. Depois não sei como é que ele justifica essas contratações junto dos financiadores”, acrescenta Bruyneel. “Talvez faça um acordo com os patrocinadores para pagarem menos. Mas a tua equipa está a ficar cada vez mais fraca. E é uma das mais fracas, se não a mais fraca, do World Tour”.