Debate sobre a 13ª etapa da Volta a França 2025: Remco abre a luta pelo 3º lugar

Uma crono escalada dura, com uma recta da meta que parecia nunca mais acabar. Jonas Vingegaard esteve ao seu nível e fez um excelente tempo, mas não está ao nível de Tadej Pogacar.

O ciclista esloveno está numa forma extraordinária. Fez um CRI sublime, batendo os rivais em todos os parciais, para na meta levantar os braços, tamanha foi a sua superioridade. Florian Lipowitz foi mais lento que o seu companheiro de equipa Primoz Roglic, mas foi mais forte que Remco Evenepoel. O alemão tem legitimidade para sonhar com o pódio de forma real em Paris.

Wout van Aert lançou umas bocas no final da etapa. À hora que escrevo estas linhas ainda não sei o que é que ele disse, mas parece que o ciclista belga da Visma não está contente com a organização.

Luke Plapp sentou-se na cadeira da liderança durante maior parte do dia. O homem da Jayco mostrou as suas qualidades e enquanto não começaram a chegar os homens do Top-10 da classificação geral, o único que poderia ter batido o seu tempo foi Lenny Martinez.

Pogacar atingiu a marca das 21 vitórias em etapas na Volta a França e concerteza que sairá da edição de 2025 com mais algumas no bolso. A este ritmo, o recorde de Mark Cavendish está ali ao virar da esquina.

Luke Plapp passou horas na berlinda como líder provisório deste extenuante contrarrelógio de montanha. O australiano registou os parciais mais rápidos ao longo de todo o percurso e fez uns últimos três quilómetros explosivos. À medida que mais e mais ciclistas do top 20 cruzavam a linha de meta, tornou-se cada vez mais claro o quão dominante Plapp tinha sido nas últimas centenas de metros.

Mesmo os ciclistas que estavam na frente nos primeiros registos de tempo não conseguiram igualar o seu ritmo até à meta. A estrela eslovena da Red Bull - BORA - hansgrohe bateu o tempo de Plapp em mais de 30 segundos.

Mas o drama ainda não tinha acabado. Florian Lipowitz, a fazer o melhor contrarrelógio da sua carreira, aproximou-se surpreendentemente de Roglic no mesmo parcial e só perdeu tempo no segmento final - mas não em comparação com Plapp.

De facto, o jovem alemão ultrapassou o campeão olímpico de contrarrelógio e assegurou um brilhante quarto lugar, atrás apenas de um Roglic em grande forma e dos dois grandes nomes da geração, Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard. É agora claro que os dois homens da Red Bull - BORA - hansgrohe estão a uma curta distância do terceiro lugar de Evenepoel.

Tadej Pogacar fez o que se esperava dele, Jonas Vingegaard esteve a um nível muito elevado e Remco Evenepoel entrou em colapso total.

O esloveno deu mais um passo na luta pela sua quarta Volta a França, o dinamarquês mostra-se muito acima dos outros, mas longe do seu rival histórico e o belga complicou as contas do pódio.

Pogacar está agora a apenas uma vitória de etapa de entrar no Top 5 dos ciclistas com mais vitórias em etapas na história do Tour. Vingegaard parece que vai ter de se contentar com o segundo lugar mais uma vez. Evenepoel está a perder terreno e tem quatro homens a curta distância do seu lugar no pódio.

Um deles é Primoz Roglic, que está em crecendo e ainda pode sonhar com o pódio. Entre eles estão Florian Lipowitz, Oscar Onley e Kévin Vauquelin, que estão a emergir como a nova geração deste Tour 2025.

Depois do que vimos hoje, é difícil pensar em outra coisa que não seja Pogacar a ganhar a corrida e a Vingegaard em segundo lugar em Paris. Esperemos que não sofram nenhuma queda ou adoeçam, pois isso será a única coisa que poderá mudar o resultado que está destinado a acontecer.

Assim, com a primeira e a segunda posições já decididas, o lugar que resta no pódio é o terceiro. Remco ocupa actualmente esse lugar, mas o seu contrarrelógio foi mau, muito mau para o que esperamos dele. O seu desempenho no dia de ontem também foi preocupante, pois caiu muito cedo, a 52 km do fim, embora tenha conseguido recuperar e não tenha perdido tanto tempo como se esperava.

Hoje recebeu um golpe muito duro. Vingegaard ultrapassou-o nos últimos metros da subida. Tendo em conta que tinha começado o contrarrelógio 2 minutos antes de Remco e que se tratava apenas de um esforço de 10 km, este deve ter sido um duro golpe para o belga.

Sei que Evenepoel é mentalmente forte, mas vamos ver se o resultado de hoje não piora o seu desempenho nos próximos dias. A prova é longa, mas já vimos outros atletas como Lipowitz mostrarem estar em muito melhor forma do que ele. O alemão está apenas a seis segundos de Remco e amanhã terá uma hipótese perfeita de conquistar o terceiro lugar do pódio.

Talvez ele não seja tão experiente como Remco, mas tem uma equipa melhor à sua volta e, provavelmente, teve um aumento de moral depois das duas primeiras etapas nos Pirinéus. Mesmo depois do excelente desempenho de Roglic hoje, continuo a acreditar que Lipowitz será (ou terá de ser) o líder da Red Bull, uma equipa que me está a surpreender positivamente durante a segunda semana da corrida.

Para além dele e de Roglic, Oscar Onley e Kevin Vauquelin poderiam também ter uma hipótese de alcançar a terceira posição, mas penso que é menos realista pensar nisso, especialmente no caso do ciclista francês da Arkéa.

Uma das coisas que mais me surpreende é a falta de competição a que estamos a assistir na classificação geral desta Volta a França. Se olharmos para fora do top 10, podemos ver nomes como Ben Healy, Carlos Rodríguez, Jordan Jegat, Guillaume Martin e Enric Mas.

Nenhum deles está atualmente a lutar apenas pela classificação geral. Sim, o objetivo inicial de Carlos e Enric seria lutar pela CG, mas eles já perderam mais de 20 e 24 minutos para Pogacar e espera-se que lutem por vitórias a partir de uma fuga em vez da luta pela CG.

Acho espantoso que não haja mais candidatos a lutar por um bom lugar na classificação geral. Parece que um top 10 na classificação geral vai sair muito barato este ano. Só espero que as fugas tenham alguma liberdade durante as próximas etapas.