No ciclismo, há uma luta tecnológica cada vez maior para obter o melhor desempenho de cada ciclista e, simultaneamente, há um esforço constante para controlar, suspender ou mesmo proibir substâncias dopantes que podem ser utilizadas e pôr em perigo a saúde dos ciclistas. Atualmente, a atenção está centrada no Tapentadol, um medicamento semelhante ao Tramadol, que deverá ser proibido, em breve.
"Demorámos doze anos a incluir o Tramadol na lista de substâncias proibidas. Esperamos que, desta vez, as autoridades atuem mais rapidamente", declarou Roger Legeay, presidente do MPCC (Movimento para o Ciclismo Credível), ao Le Temps. "Atletas saudáveis não precisam de tais produtos. Além disso, é importante salientar que os analgésicos reduzem ou mesmo eliminam a dor. Este é outro fator que melhora o desempenho".
O uso de Tramadol no pelotão ainda não foi totalmente eliminado. Embora não seja tão popular como no passado, ciclistas como Nairo Quintana e Alex Baudin, por exemplo, estão entre aqueles que testaram positivo para o analgésico durante as Grandes Voltas. Este facto não levou a suspensões por doping, mas anulou os seus resultados e os pontos UCI obtidos em determinadas épocas.
A UCI disse no final do ano passado que "a percentagem de utilização de Tramadol no ciclismo caiu de entre 4 e 6 por cento no período anterior a 2019, para um valor entre 0,2 e 0,5 por cento após essa data", e desde 1 de janeiro de 2024 que a WADA proibiu oficialmente o Tramadol de qualquer tipo de utilização durante corridas de ciclismo. As suspensões recairão sobre os ciclistas que apresentarem resultados positivos. Já o Tapentadol, um medicamento semelhante mas "dez vezes mais forte do que o Tramadol", é o próximo alvo.
Querendo evitar que uma situação semelhante à do Tramadol se desenvolva com esta substância, a UCI já pediu autorização à WADA para testar a substância com o objetivo final de a proibir.