As palavras "ranking UCI" parecem ser quase tabu na direção da
Team Picnic PostNL. Embora a formação neerlandesa ocupe, para já, o 18.º lugar, último lugar de permanência, a aproximação fulgurante da XDS Astana, que já reduziu uma diferença de 4000 pontos, começa a fazer-se sentir a cada corrida. E, caso venha a ser despromovida, a Picnic PostNL não poderá contar com qualquer wild card automático, uma vez que é apenas a quinta melhor equipa - fora das 18 primeiras - no ranking anual.
"Sabemos que os primeiros meses, como março, são sempre complicados para nós", reconheceu Matthew Winston, diretor desportivo da equipa, em entrevista ao WielerFlits. Ainda assim, o britânico destacou que nem tudo foi negativo neste arranque de 2025: "Vencemos (com Nils Eekhoff na Nokere Koerse), e sabemos que agora estamos a entrar em forma".
Entre os líderes da equipa destaca-se o jovem trepador
Max Poole, mas os seus 83 pontos UCI não chegam, por si só, para garantir a permanência no WorldTour. "Tivemos algum azar até agora nesta época", confessou Poole. "Muitos ciclistas lesionaram-se nos últimos meses. A situação é delicada, mas se conseguirmos recuperar esses corredores, poderemos retomar o controlo".
Na Volta aos Alpes, a Picnic PostNL deu sinais de recuperação, colocando Max Poole no 7.º lugar e
Romain Bardet no 10.º da classificação geral. No entanto, o esforço terá de continuar, já que a XDS Astana planeia reforçar a sua pontuação na Volta à Turquia, onde Harold López e Wout Poels são favoritos face a Frank van den Broek.
Enquanto isso, Poole e Bardet preparam-se para a
Volta a Itália, uma corrida crucial para a Picnic PostNL no objetivo de somar muitos pontos UCI. Ainda assim, Matthew Winston rejeita qualquer aumento de pressão sobre os seus líderes de montanha: "Se os pressionarmos em excesso, cometerão erros. Estamos focados nas nossas tarefas e no nosso processo. Só podemos controlar aquilo que fazemos em corrida. Temos de correr como equipa e manter a nossa identidade".
"Se nos preocuparmos demasiado com o que as outras equipas estão a fazer, acabamos por enlouquecer, e é aí que a pressão verdadeiramente surge", acrescentou Winston. "A pressão existe, mas temos de permanecer fiéis aos nossos valores e às nossas forças enquanto equipa".