O doping é um tema que nunca vai escapar ás conversas do ciclismo, devido ao seu passado e aos casos ocasionais que continuam a ser descobertos anualmente. Como será normal, recaem suspeitas sobre a
UAE Team Emirates - XRG devido aos resultados maciços e aos desempenhos de
Tadej Pogacar, mas o seu treinador Jeroen Swart está confiante de que a grande maioria do pelotão está a pedalar limpo e que as melhorias existentes fazem parte de uma revisão dos planos de treino, da nutrição e das abordagens científicas às corridas.
Quando questionado sobre se achava que as práticas ilícitas no topo do ciclismo mundial terão desaparecido, o treinador foi sintético: "Sem dúvida. O problema é que nunca se pode provar um teste negativo. Mas estando integrado com os ciclistas e na equipa, há uma mudança completa em todo o 'ethos'", expressou Swart à
Bicycling. "Não vi nada que me tenha feito parar, nestes sete anos em que estou no World Tour."
O papel de Swart à frente da UAE Team Emirates - XRG é de extrema importância. É certo que o passado da equipa (sobretudo com o nome de Lampre) e a presença atual de Mauro Gianetti, bem como de outros elementos que no passado estiveram envolvidos em escândalos de doping, tornam este tema delicado para a equipa dos Emirados.
Mas Swart é decidido nas suas respostas: "Não arriscaria a minha reputação só para ganhar corridas. A minha reputação é tudo para mim. Não teria entrado para a equipa se não achasse que a cultura tinha mudado completamente".
"Não posso falar pelas outras equipas, mas tenho a certeza de que deve haver batota. É da natureza humana que se quisermos ter sucesso e houver uma grande recompensa, haverá sempre batota. Mas do ponto de vista cultural, houve uma grande mudança". Na entrevista, Swart falou extensivamente sobre o que permitiu aos ciclistas profissionais do pelotão possam correr a um nível tão alto como o actual, não se referindo a ciclistas específicos, mas ao World Tour como um todo.
Pressionado sobre o assunto, Swart diz que ele e a equipa não olham para trás, para os anos mais negros do ciclismo: "Ignoramos essa época. A maior parte deles não fala sobre isso. Ocasionalmente fazem-se umas piadas estranhas sobre o tema, mas não é algo que discutamos activamente. Apenas aceitamos que a cultura mudou e que é uma nova era para as corridas".