Tadej Pogacar é um dos rostos da nova geração do ciclismo moderno e, embora não vá durar para sempre, o que o atual campeão do mundo e líder da Volta à França já alcançou ultrapassa todas as expectativas. Por detrás de muitos dos resultados está o seu atual treinador, Jeroen Swart, que falou das alterações feitas por Pogacar, incluindo as mudanças na nutrição ao longo dos últimos anos.
"Temos muita sorte com o Tadej. Não só é incrivelmente dotado fisicamente, como também é incrivelmente forte a nível mental e emocional", disse Swart numa entrevista ao
Bicycling. "É o melhor tipo de ciclista que se pode ter numa equipa. É envolvente, com a equipa e com os outros ciclistas. É exigente, mas nunca é uma prima-dona. É equilibrado e realista". Swart só tem elogios para quem considera ser um verdadeiro líder.
"Por exemplo, ele não acha que deve ter um equipamento melhor do que o dos outros. Se lhe apresentarmos uma versão mais leve de um quadro, a sua primeira pergunta é "quando é que os outros ciclistas vão receber este quadro?" Isso motiva toda a gente. Quando se trata de tácticas, ele nunca espera que todos o ajudem apenas a ganhar corridas. Ele quer que os outros ciclistas ganhem também. Ele incentiva os outros ciclistas".
Na
UAE Team Emirates - XRG, o orçamento para fazer contratações é elevado, mas de um modo geral, a equipa tem feito um trabalho excepcional para manter feliz uma equipa com um número tão elevado de potenciais líderes. A maioria dos ciclistas teve a oportunidade de liderar corridas ao longo do ano, mesmo aqueles que correm regularmente como domestiques.
No entanto, Pogacar ao correr e ao ganhar da forma como o faz, tem naturalmente levantado muitas questões ao longo dos anos, especialmente tendo em conta as performances em subida dos últimos anos, que se tornam cada vez mais impressionantes. Swart acredita, no entanto, que a nível fisiológico, os ciclistas profissionais de hoje estão perto de atingir o melhor que um ser humano é capaz de fazer numa bicicleta.
"Fisicamente, algumas áreas estão a chegar ao limite. Como a nutrição. Pensávamos que a taxa máxima de absorção intestinal de monossacarídeos ou açúcares era de 80 g por hora. Agora estamos a ver surgir provas de que é de cerca de 110 g por hora", explica.
"Essa é uma das razões pelas quais os rapazes estão a ser mais rápidos a desde o inicio das corridas e a fazer desempenhos numa subida final que são alucinantes. Uma grande parte deve-se à nutrição. Quando começámos em 2019, estávamos a ingerir 40 a 60 g e a pressionar os rapazes para ingerirem 80 g em momentos chave da etapa. Agora são 110g desde o início e 'boom'".
Para além da nutrição, que na equipa está totalmente sob a alçada de Swart, a introdução de novos métodos de treino também proporcionou benefícios notáveis, explica. "No ano passado, depois de muita investigação, introduzimos o treino de calor, que proporcionou aos nossos ciclistas mais um enorme ganho no desempenho. Se virmos inovações semelhantes, há sempre espaço para levar as coisas mais longe".