Ecos da imprensa internacional à vitória de João Almeida na Volta à Romandia

Especialistas de diversos países destacaram que a vitória de João Almeida na geral da Volta à Romandia 2025 foi construída com regularidade e frieza tática. O ciclista português esteve sempre entre os primeiros em todas as etapas, mesmo sem vencer nenhuma delas, e selou o triunfo no contrarrelógio final em Genebra. Entrou na última etapa a apenas 3 segundos do líder Lenny Martinez e, ao fazer o 2.º melhor tempo do contrarrelógio, superou o francês e assumiu a liderança da prova diz o site cyclinguptodate.com.

Almeida terminou a apenas 12 segundos do vencedor da etapa, o belga Remco Evenepoel, campeão mundial de contrarrelógio e ganhou 41 segundos sobre Martinez (13.º na etapa), margem suficiente para garantir o título com 26 segundos de vantagem na geral. O italiano Lorenzo Fortunato, que estava 2 segundos à frente de Almeida antes da última etapa, não conseguiu acompanhar o ritmo na crono e caiu para 4.º da geral.

A imprensa espanhola destaca que “tudo foi conforme o esperado no crono final”: Evenepoel venceu a etapa e João Almeida, com o segundo lugar no dia, confirmou a vitória na classificação geral, enquanto Martinez “fez uma grande crono” mas não ameaçou o ciclista luso. Sites italianos elogiaram Almeida como “o mais constante e presente” ao longo da corrida, evidenciando que mesmo não estando no seu pico de forma (ao contrário do que ocorrera na vitória anterior no País Basco, onde ganhou etapas), ele soube aproveitar os dois percursos de contrarrelógio desta Volta para construir o triunfo.

O próprio João Almeida expressou grande satisfação com a conquista. “Estou muito contente, porque o meu objetivo era ganhar aqui”, afirmou o português, ressaltando que embora não tenha vencido etapas, “esteve sempre na frente” durante a prova. Almeida fez questão de elogiar o trabalho da UAE Team Emirates - XRG: “A equipa fez um bom trabalho, podemos estar orgulhosos”, disse, dedicando a vitória ao coletivo.

Em entrevistas pós-corrida, ele revelou que a semana não foi fácil: “Sofri toda a semana. Nunca me senti a 100% e não me senti muito forte, mas fiz tudo o que pude e nunca me rendi”, confessou Almeida, atribuindo o sucesso à resiliência e mentalidade. O português mostrou confiança antes da etapa decisiva: “Tinha muita confiança no meu contrarrelógio. Se tivesse boas pernas, era o favorito para a vitória final… Foi um crono duro e no fim são as pernas que falam. Felizmente tive as pernas de que precisava”.

No fim, prevaleceu a sensação de dever cumprido: “Estou super feliz com esta vitória na geral”, concluiu João Almeida.

A vitória de Almeida repercutiu amplamente em sites de ciclismo na Espanha, Reino Unido, Brasil, Bélgica, Países Baixos, França e Suíça, com comentaristas sublinhando a maturidade do atleta. No Reino Unido, portais destacaram que Almeida é um corredor “muito consistente” e que vem mostrando performance de alto nível nesta primavera, aproveitando as oportunidades de liderar a equipa em provas por etapas (cyclinguptodate.com).

Jornais belgas enfatizaram o show de Evenepoel na etapa final – “um crono quase perfeito” do campeão mundial – mas reconheceram que a vitória final foi de João Almeida, confirmando o domínio luso na geral (hln.be).

Na cobertura holandesa, o jornal De Telegraaf notou que o português “assumiu a camisola de líder com um bom contrarrelógio de encerramento, ultrapassando o francês Lenny Martinez”. Por sua vez, análises na França e Suíça ressaltaram a importância do resultado para a carreira de João Almeida: sites francófonos lembraram que este é o segundo triunfo consecutivo de Almeida em corridas World Tour (depois da Volta ao País Basco 2025), “confirmando a sua excelente fase”.

Já a agência suíça SDA destacou que Almeida, “é um dos principais corredores da UAE Team Emirates ao lado de Tadej Pogacar”, saltou do 3.º lugar para o 1.º graças à crono final, enquanto Lenny Martinez “bateu-se bem” para segurar o 2.º posto na geral.

De Itália, o site SpazioCiclismo atribuiu-lhe nota 9/10 nas avaliações da prova, afirmando que era “difícil exigir mais” do português, dado que foi o mais constante durante toda a corrida. Mesmo não exibindo o mesmo brilho em alta montanha de outras ocasiões, Almeida compensou com inteligência tática – soube limitar as perdas na etapa rainha (foi 2.º na montanha decisiva, apenas batido por Martinez) e impor-se nas provas contra o relógio, o que para os analistas italianos legitima totalmente o seu triunfo.

Especialistas também elogiaram a competitividade de Almeida contra rivais jovens e talentosos. A disputa direta com Lenny Martinez e Lorenzo Fortunato foi destaque na imprensa espanhola e britânica.

No alto de Thyon 2000 (etapa rainha), Martinez levou a melhor num sprint à frente de Almeida, mas a “grande batalha” entre os dois mostrou a combatividade do português (cyclinguptodate.com). Comentando esse duelo, Almeida chegou a parabenizar o francês: “Lenny Martinez foi o mais forte, parabéns para ele”, disse o luso após ficar a escassos metros da vitória na montanha.

Apesar desse revés na penúltima etapa, jornalistas sublinham que Almeida manteve a concentração para recuperar o tempo no dia seguinte. Seu desempenho sólido tanto na montanha quanto no contrarrelógio demonstrou uma versatilidade notável, combinando resistência em alta altitude com a potência no exercício individual.

Sites ingleses frisaram que Almeida “venceu a classificação geral com um forte prólogo, uma performance brilhante na etapa rainha – onde só Lenny Martinez conseguiu acompanhá-lo – e ficando novamente em segundo no crono final”, o que reflete sua presença constante no topo em vários terrenos. Essa consistência foi apontada como factor-chave que “deixou Martinez sem chances de lhe arrebatar a vitória” numa avaliação feita por analistas espanhóis.

No Brasil, onde o ciclismo tem vindo a crescer, mas a visibilidade não é tão grande, a imprensa especializada também repercutiu a conquista de João Almeida.

Alguns sites celebraram o feito inédito para Portugal na Romandia e enfatizaram a fase excepcional do ciclista em 2025, já que havia vencido também a Volta ao País Basco semanas antes. Comentários nas redes de ciclismo brasileiras elogiaram a capacidade de Almeida se impor no cenário World Tour, mesmo enfrentando 'fenomenos' como Evenepoel, e viram na vitória uma confirmação de que Portugal hoje é uma potência emergente no ciclismo mundial, graças a atletas como ele. (João Almeida tornou-se o primeiro português a vencer a Volta à Romandia.)

Vários veículos já projetam o que esta vitória significa para o restante da temporada de João Almeida. A Volta à Romandia foi a última corrida da primavera para o português, que anunciou que fará uma pausa antes de retomar a competição.

Também se destaca o facto de Almeida acumular dois títulos seguidos em provas World Tour (País Basco e Romandia), o que o coloca entre os ciclistas mais vitoriosos desta primeira parte de 2025, o que é uma credencial importante antes do Tour.

No geral, a conquista de João Almeida na Romandia foi recebida como sinal da sua evolução constante e ambição crescente. Jornais franceses salientaram que ele “continua a crescer” e que este desempenho reforça o estatuto de líder que Almeida vem ganhando dentro da UAE.

Aos 26 anos, o português demonstra maturidade e versatilidade que lhe permitem sonhar alto. “Cumpri o objectivo”, disse Almeida sobre a Volta à Romandia. Agora o seu foco volta-se para desafios maiores, com observadores já curiosos para ver se ele poderá brilhar na Volta a França ou em outras Grandes Voltas, seja como gregário de luxo ou mesmo disputando classificações importantes.

Em suma, a vitória na Romandia consolidou João Almeida como um dos nomes de destaque do pelotão mundial em 2025, algo reconhecido unanimemente pela imprensa especializada dos principais países do ciclismo.