Eddy Mercx recorda história na Volta a Itália, que viria a perder por um "suposto" teste positivo de doping: "Ofereceram-me muito dinheiro para perder aquele Giro"

Ciclismo
segunda-feira, 26 maio 2025 a 10:45
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A Volta a Itália 2025 entra na sua última semana com um protagonista inesperado no comando: Isaac Del Toro. O jovem talento da UAE Team Emirates tem surpreendido o pelotão e os adeptos com a sua maturidade tática e consistência nas montanhas. No último dia de descanso, o mexicano lidera a classificação geral e está a apenas algumas etapas de inscrever o seu nome na história da Corsa Rosa.
Caso confirme a vitória em Roma, Del Toro tornar-se-á o primeiro mexicano a conquistar o Giro, juntando-se a uma lista mítica liderada pelos cinco triunfos de Eddy Merckx, Fausto Coppi e Alfredo Binda.
Curiosamente, é Merckx quem volta a ocupar o centro das atenções neste dia sem competição. Considerado por muitos o maior ciclista de todos os tempos, o belga concedeu uma entrevista ao Corriere della Sera onde abordou, com franqueza incomum, o episódio mais controverso da sua carreira: a expulsão da Volta a Itália de 1969 por um controlo positivo à fencamfamina.
"Ofereceram-me muito dinheiro para perder aquele Giro, e o Gimondi sabia de tudo”, afirmou Merckx. “Se eu tivesse aceite, talvez não tivesse dado positivo. Mas um Giro d'Italia não está à venda".
Na altura, Merckx era o líder incontestado da geral e apontava para uma vitória clara. O teste positivo, segundo ele, foi orquestrado por interesses obscuros, e rumores de uma eventual interferência mafiosa circulam desde então, embora nunca tenham sido comprovados.
Eddy Merckx, considerado o maior ciclista da história
Eddy Merckx, considerado o maior ciclista da história
"Estava preparado. Tinha praticamente ganho o Giro. Não fazia sentido dopar-me. Era uma etapa plana, e eu era o líder. Não havia motivo nenhum para me arriscar".
O Giro desse ano acabaria por ser conquistado por Felice Gimondi, nome lendário do ciclismo italiano, cuja relação com o episódio permanece envolta em silêncio e controvérsia.
Enquanto a polémica em torno de 1969 ressurgiu nas palavras de Merckx, Del Toro escreve o seu próprio capítulo da história, com serenidade e frescura juvenil. Com rivais de peso como Simon Yates, Juan Ayuso, Richard Carapaz e Egan Bernal ainda em jogo, a última semana promete intensidade máxima.
Del Toro tem resistido a ataques, gerido a liderança com frieza e demonstrado uma compreensão da corrida rara num estreante em Grandes Voltas. A dúvida agora não é se ele tem qualidade, mas sim se aguentará a pressão até Roma.
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