Giulio Ciccone vai alinhar na Volta a Espanha 2025, mas não irá disputar a classificação geral. O trepador da
Lidl-Trek, muitas vezes apontado como candidato às camisolas e à luta entre os homens da frente, terá desta vez um papel diferente. A equipa confirma que o italiano procurará sobretudo vitórias em etapas de montanha, deixando de lado as ambições pela geral num pelotão que conta com nomes como Jonas Vingegaard, João Almeida, Juan Ayuso, Tom Pidcock e Egan Bernal.
O revés do Giro mudou a perspectiva
A alteração de objetivos tem origem no azar sofrido por Ciccone no Giro, onde uma queda na 14ª etapa o obrigou a abandonar com uma lesão numa coxa. O problema condicionou todo o seu verão. “A equipa e o Cicco estavam muito bem e parecia que ele ia finalmente atingir o seu grande objetivo. O facto de ter sofrido uma queda foi muito duro. A lesão também foi muito grave, por isso, quando não se pode pedalar durante algum tempo e se tem todo o tempo do mundo para pensar nisso, é difícil”, explicou o diretor Steven De Jongh ao IDLProCycling.
A recuperação foi gradual, mas sólida. Em agosto, Ciccone regressou em força com triunfos na Clásica San Sebastián e numa etapa da Volta a Burgos. “O campo de treino em altitude em Andorra fez-lhe muito bem. Depois disso, teve a moral e a confiança necessárias para tentar a vitória em San Sebastián. O Giulio fez um regresso muito forte. Está mais calmo e tem muito mais confiança em si próprio. Já não se preocupa tanto com pequenos pormenores”, acrescentou De Jongh.
Liberdade para atacar na montanha
Sem a pressão da classificação geral, Ciccone poderá escolher os seus dias. “Se olharmos para o percurso de uma forma realista, ele pode facilmente assumir a camisola de líder na primeira semana e claro, não vamos dar isso de barato. O segundo dia é uma excelente oportunidade. Como a geral não é o objectivo principal, ele pode gerir o esforço e selecionar as etapas”, explicou De Jongh.
A Lidl-Trek apresenta em Espanha um bloco sólido, depois de já ter brilhado nas outras Grandes Voltas:
Mads Pedersen venceu quatro etapas e a classificação por pontos no Giro, enquanto Jonathan Milan somou dois triunfos e a camisola verde na Volta a França. Desta vez, Pedersen acompanhará Ciccone, numa parceria que o dinamarquês considera benéfica: “O Ciccone e eu acreditamos que nos podemos ajudar um ao outro. Obviamente que se não acreditássemos que podíamos atingir os nossos objetivos juntos, a equipa teria tomado uma decisão diferente”, afirmou ao Feltet.dk.
Dentro das muitas oportunidades da corrida, a chegada da 13ª etapa ao Angliru, surge como momento chave. A subida lendária foi ganha em 2023 por Roglic, à frente de Vingegaard, quando ambos deixaram Sepp Kuss para trás. A Lidl-Trek assinalou essa etapa no calendário. “É um final fantástico. Seria bom para o Ciccone poupar energia no dia 12 e depois atacar no Angliru, porque ele também pode bater os ciclistas da geral”, sublinhou De Jongh.