"Eles tomam uma bebida à base de cereja preta" Nutricionista de Tadej Pogacar conta como começa a recuperação após uma etapa da Volta a França

Ciclismo
quarta-feira, 16 julho 2025 a 12:28
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Tadej Pogacar atravessa a 112ª edição da Volta a França com a confiança de quem já sabe o que é vencer em Paris, três vezes, em 2020, 2021 e 2024, esta última em Nice. Nas primeiras dez etapas da prova de 2025, o esloveno somou duas vitórias, vestiu 4 dias a camisola amarela e, acima de tudo, demonstrou que está em total controlo do que se passa dentro do pelotão, cedendo a liderança para outros ciclistas em 2 ocasiões. Talento, inteligência e uma equipa meticulosamente estruturada, a UAE Team Emirates - XRG, são os ingredientes por detrás de uma campanha que parece milimetricamente planeada.
A forma física é visível, mas por detrás dela está uma estrutura científica de suporte que se prolonga para além da bicicleta. O treino, o descanso e, sobretudo, a alimentação são peças-chave do desempenho de Pogacar, não só durante a corrida, mas também nas fases de recuperação e nas refeições noturnas. Em provas com a exigência de um Tour, 3338 quilómetros em 21 dias, a gestão do corpo é tão vital quanto as pernas.
A UAE colabora há vários anos com a Enervit, e não se trata apenas de um acordo de patrocínio simbólico. A ligação entre a formação dos Emirados e a empresa italiana de nutrição desportiva é encabeçada por Gorka Prieto, nutricionista pessoal de Pogacar. O espanhol, atualmente a terminar o doutoramento em nutrição desportiva, tem um papel central na afinação do motor interno da equipa.
"Faço pedidos específicos e eles desenvolvem produtos testados pelos ciclistas", explica Prieto durante o dia de descanso, em declarações à Gazzetta dello Sport. "Existem regras pessoais gerais e específicas, relacionadas ao paladar, digestão, reação, que são aplicadas na vida cotidiana".
Cada etapa é um novo desafio nutricional. Etapa plana ou montanhosa ou dia de contrarrelógio, calor, frio, chuva, humidade, esforço feito, posição no pelotão, todos estes fatores influenciam o que e como os ciclistas consomem energia.
A bebida de cereja que vemos sempre Pogacar a tomar após uma etapa de montanha. Foto: Gazzetta dello Sport
A bebida de cereja que vemos sempre Pogacar a tomar após uma etapa de montanha. Foto: Gazzetta dello Sport
"No final da corrida, eles tomam uma bebida à base de cereja preta, Enervit Magic Cherry, que tem um princípio antioxidante muito eficaz. Na competição existem géis, barras e gomas da gama Enervit C2:1PRO, tomados conforme mencionado dependendo do momento. Uma etapa de montanha requer até 120 gramas de carboidratos por hora, para um dia plano, com um sprint de grupo, 60 são suficientes. E depois há o consumo de sódio, é claro, que deve ser equilibrado".
A alimentação durante a Volta não se resume à suplementação. A UAE viaja com um verdadeiro laboratório ambulante, onde o nutricionista, o cozinheiro e o seu assistente trabalham em sintonia com os diretores desportivos e treinadores. O objetivo é um só: garantir que os atletas têm o combustível adequado para o tipo de esforço que vão realizar.
Este rigor não é apenas teórico. Pogacar é, aos 26 anos, uma das figuras mais dominantes da história recente do ciclismo. A sua capacidade para manter a consistência em todos os terrenos e a recuperação quase sobre-humana após esforços intensos são, em parte, reflexo da qualidade da gestão alimentar da equipa.
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