Entrevista - O capitão de estrada da INEOS quer ajudar Rodriguez a chegar ao pódio em Paris "Estava à espera desta oportunidade há muito tempo"

A INEOS Grenadiers foi a última equipa a revelar o seu alinhamento para a Volta a França 2025, mas o atraso trouxe consigo novidades de grande peso. Além da lista de oito ciclistas, a equipa britânica anunciou o regresso de Dave Brailsford à estrutura e uma nova parceria com a TotalEnergies como patrocinador, uma mudança que poderá marcar o início de um novo ciclo para um dos projetos mais emblemáticos da última década.

Para Connor Swift, que volta ao Tour após dois anos de ausência, o ambiente na equipa é de renovado optimismo. Em declarações ao CiclismoAtual, o britânico de 29 anos expressou entusiasmo pela chegada da petrolífera francesa ao projeto: "É diferente, mas penso que é excitante pelo que traz à equipa e pelo futuro. Mais dinheiro e a possibilidade de contratar alguns ciclistas de topo", comentou momentos após a apresentação da nova camisola em Lille, esta quinta feira à tarde.

Swift assume um papel fundamental no coletivo liderado por Carlos Rodríguez. Nomeado capitão de estrada e principal apoio do espanhol, o ciclista de Thorne vê reconhecido o trabalho que tem desenvolvido ao longo da época em várias provas como gregário e homem de confiança: "Há algum tempo que estou na lista de espera para vir aqui como domestique e capitão. Ao longo da época, na maioria das corridas em que participo, tenho esse papel", afirmou. Apesar do regresso de Brailsford aos bastidores da equipa, Swift garante que a sua presença não influenciou diretamente a sua convocatória: "Em relação a Dave Brailsford, ainda não o vi, mas sim".

Com o foco na classificação geral através de Rodríguez, a INEOS também deverá procurar vitórias em etapas na primeira semana. Swift antecipa liberdade para nomes como Sam Watson e Axel Laurance explorarem as oportunidades nos dias mais imprevisíveis: "Penso que o Sam e o Axel vão andar por aí e tentar obter um resultado numa etapa, mas eu, pessoalmente, vou cuidar do Carlos e certificar-me de que ele está seguro".

Swift parte para o seu quarto Tour com a consciência do que o espera nos dias iniciais: confusão, stress e constante adaptação ao ritmo da corrida. "É só começar a corrida e, depois, quando entrarmos no ritmo da etapa 7, da etapa 8... Entramos numa boa rotina, todos se conhecem no pelotão, o stress diminui um pouco... E então podemos começar a desfrutar da corrida", explicou com a serenidade de quem sabe o que é navegar pelas águas agitadas do mês de julho.

Quanto ao objetivo final, Swift não esconde que acredita num resultado de relevo para Carlos Rodríguez. "Tudo é possível, três semanas é muito tempo, ele está em boa forma. Obviamente, estamos a tentar obter o melhor resultado possível na classificação geral. Por isso, sim, nunca se pode dizer nunca", concluiu.