A tarde de quarta-feira não correu como
Remco Evenepoel e a
Soudal - Quick-Step esperavam na edição de 2025 da Flèche Wallonne. Apesar de ter deixado claro que precisava de endurecer a corrida cedo para ter hipóteses de vencer, o campeão olímpico belga entrou no Mur de Huy com um grupo numeroso e não conseguiu acompanhar os melhores na subida decisiva. O resultado: um modesto 9.º lugar, longe da luta pela vitória.
Após a prova, Evenepoel atribuiu o desfecho a uma má decisão na final. “Tirei o impermeável demasiado cedo e comecei a sentir muito frio. Isso fez com que perdesse energia”, explicou. “Quando o Pogacar atacou, as minhas pernas bloquearam. Só posso culpar o frio, porque até aí sentia-me muito bem.”
O antigo ciclista e analista
Thijs Zonneveld, no podcast In de Waaier, mostrou-se compreensivo em relação à explicação de Evenepoel: “O frio pode mesmo afetar o rendimento. Perde-se coordenação e o fluxo sanguíneo nos músculos reduz-se. É mais difícil produzir energia. Pogacar parece imune a isso, mas outros não.”
Contudo, a crítica de Zonneveld foi mais dura quando o tema passou para a táctica da Soudal - Quick-Step. “Disse antes da corrida que não fazia sentido levar a corrida controlada até ao Mur de Huy com gente como Thibau Nys ou Pogacar. E o que fazem? Colocam a equipa a endurecer a corrida o dia todo. O que é que estavam à espera?”, questiona o neerlandês.
Zonneveld considera que a abordagem da equipa foi ineficaz: “Remco corre com garra, e gosto disso, mas a diferença entre coragem e ingenuidade é curta. O plano foi manter um ritmo alto e esperar que o Evenepoel batesse o Pogacar num esforço final de três minutos. Contra alguém como o Pogacar, isso simplesmente não chega.”
A crítica termina com um alerta para a Soudal - Quick-Step, a dias da Liège-Bastogne-Liège: “Não cometam o mesmo erro. Assumir o controlo e gastar os ciclistas um a um não vai fazer o Pogacar ceder. Espero que tenham aprendido com esta corrida.”