O ciclismo dinamarquês tem vivido uma era dourada nos últimos anos.
Jonas Vingegaard terminou 2025 como o melhor ciclista do país a nível mundial, depois de ter vencido a
Volta a Espanha e de ter ficado em segundo lugar na Volta a França, enquanto
Mads Pedersen produziu uma campanha de sucesso nas clássicas, à qual acrescentou vitórias nas classificações por pontos da Volta a Itália e da Vuelta. No entanto, se perguntarmos a
Michael Rasmussen, antiga estrela da Volta a França, o consenso não conta toda a história.
"Naturalmente, é uma questão de gosto",
disse Rasmussen no Viaplay. "Só acho que o Mads tem mostrado maior consistência este ano. Jonas teve algumas quedas ao longo do caminho em relação ao seu nível incrivelmente alto. É um nível extremamente elevado que Jonas apresenta, ele passa a Vuelta sem estar a 100 por cento e mesmo assim vence-a".
"Esperava muito mais de Jonas"
Os comentários de Rasmussen surgem apesar da forte campanha de Vingegaard, que incluiu a vitória na Vuelta e o segundo lugar na Volta a França. No entanto, o ex-campeão dinamarquês admitiu que ficou desiludido com alguns momentos.
"Também esperava muito mais do Jonas na Vuelta", frisou Rasmussen. "No papel, Jonas deveria ter saído da corrida com pelo menos o dobro das vitórias na etapa. Conseguiu três, mas foi por um triz. Foi apenas na última etapa que senti que o Jonas provou realmente que era o melhor homem na corrida".
Rasmussen referiu-se também ao Campeonato da Europa, uma corrida em que a desistência prematura de Vingegaard suscitou críticas. Embora tenha sido um dos primeiros a questionar a decisão do líder da Visma de começar, Rasmussen teve o cuidado de não exagerar a sua importância. "Não, não foi esse o fator decisivo", esclareceu. "A desilusão para mim foi o Jonas não ter atingido o nível que eu esperava dele na Vuelta. Foi isso que importou".
A época notável de Pedersen
A campanha de Pedersen em 2025 incluiu 14 vitórias, entre as quais sete no WorldTour, mais as camisolas dos pontos no Giro e na Vuelta. Também alcançou o pódio na Volta à Flandres, Paris-Roubaix e E3 Saxo Classic, fechando o ano em quarto lugar no Ranking Mundial da UCI.
A preferência de Rasmussen por Pedersen em detrimento de Vingegaard dividiu a opinião pública na Dinamarca, onde o sucesso em 3 semanas é muitas vezes visto como a derradeira referência. Mas os seus comentários sublinham que, para ele, a consistência e a variedade ao longo da época superaram os picos isolados de brilhantismo.