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Uno-X Mobility viveu um susto no final de outubro. Um dos seus mais jovens corredores, Simon Dalby,
sofreu dois coágulos sanguíneos no cérebro enquanto estava em casa. Felizmente, o dinamarquês de 22 anos foi de imediato levado pelos pais ao hospital, onde recebeu tratamento atempado. Esse facto será determinante para uma recuperação sem percalços e o regresso de Dalby ao pelotão.
“Seis semanas depois, estamos satisfeitos por confirmar que o Simon está a evoluir bem e retomou o treino de forma estruturada”, informou a equipa através das
redes sociais.
“De um segundo para o outro, algo simplesmente não estava bem”, explicou Dalby sobre o momento em que o corpo cedeu. “Fiquei muito tonto e parcialmente paralisado do lado direito, e percebi de imediato que algo estava errado”.
Exames especializados posteriores identificaram a causa mais provável: uma abertura congénita muito pequena entre as câmaras do coração do Simon, conhecida como PFO (foramen ovale patente). “É uma condição muito comum”, explica o médico da Uno-X Mobility, Rory Nolan. “Entre 20 e 25 por cento das pessoas têm-na e, na grande maioria, nunca causa qualquer problema”.
Em casos raros, porém, essa abertura pode permitir a passagem de um pequeno coágulo através do coração até ao cérebro. “No caso do Simon, acreditamos que foi isso que aconteceu”, acrescenta Nolan.
Dalby já voltou aos treinos com os colegas da Uno-X
Tendo em conta o cenário, Dalby teve muita sorte. Se os coágulos o tivessem atingido a pedalar, em vez de enquanto jantava com os pais, as consequências poderiam ter sido muito mais graves.
“Estive sempre muito consciente da sorte que tive em todo este processo”, sublinhou Dalby. “Poderia ter sido muito pior e o facto de ter acontecido em casa, com os meus pais presentes, fez uma grande diferença”.
Tudo bem encaminhado
Há um mês, Simon foi submetido a um procedimento médico rotineiro e bem estabelecido para encerrar a abertura no coração. Os exames de follow-up mostraram que a intervenção foi bem-sucedida, sem indícios de problemas duradouros.
“Agora, tudo está exatamente como deve estar”, tranquiliza Nolan. “Foi um caso de muito azar num atleta jovem, extremamente saudável. O ponto-chave é termos identificado a explicação mais provável e conseguido resolvê-la”.
Dalby já treina de forma consistente e continuará a progredir sob apertada supervisão médica. Não existe um calendário fixo para o regresso à competição, mas a expectativa é que possa voltar a correr na primavera. “Neste momento, o foco é apenas reconstruir passo a passo e desfrutar de voltar à bicicleta”, conclui Dalby. “Estou motivado para avançar”.